Nokia: reserva de 3,5 GHz para PPPs é válida, mas exigirá coordenação

Ao contrário da Ericsson, a Nokia parece ver com bons olhos a perspectiva de um lote de 3,5 GHz reservado para prestadoras de pequeno porte (PPPs) durante o leilão 5G de 2020, conforme sugerido na proposta de edital apresentada na Anatel na última semana. Ainda assim, a fornecedora de equipamentos destaca que um esforço de coordenação será vital para impedir problemas na faixa.

"É importante que haja competição [no leilão], que não seja dedicado só para grandes prestadoras, com possibilidade de uma regional ou alguma outra entidade com poder econômico prestar o serviço", afirmou a este noticiário o gerente de novos negócios da Nokia, Roberto Falsarella, durante evento realizado em São Paulo nesta segunda-feira, 21.

A destinação de 50 MHz em 3,5 GHz para PPPs, contudo, só seria interessante se "feita de tal forma que haja coordenação entre entidades com espectros vizinhos" (até o momento, a ideia é que o bloco para PPPs seja dividido em 14 regiões). A necessidade seria ainda maior pelo fato do 3,5 GHz (assim como o 2,3 GHz) ser leiloado em TDD, ou com a transmissão e a recepção realizadas através da mesma frequência, fracionada por tempo. "Tem que ter coordenação entre as entidades com espectros vizinhos na mesma localidade, senão não vai funcionar. É importante que todo mundo entre em um acordo para um mesmo sincronismo".

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De forma geral, Falsarella apontou a fragmentação do espectro como um dos itens que chama a atenção na proposta apresentada pelo conselheiro Vicente Aquino (o 3,5 GHz, por exemplo, seria separado em 25 lotes de 10 MHz; o 2,3 GHz, em nove de 10 MHz). "Se segmenta demais, torna mais complicado a interferência entre sistemas diferentes. Sobre o tamanho do blocos, quanto maior melhor", notou.

O gerente de novos negócios da Nokia ainda argumentou que "é muito importante que o máximo de espectro seja leiloado" já em 2020, até para evitar uma alta no preço do que for disponibilizado nesta rodada. Conforme a proposta de Aquino, metade da banda inicialmente prevista em 26 GHz (ou 1,6 GHz ao invés de 3,2 GHz) deve ser licitada no ano que vem. Já a fixação de metas de cobertura que abatam parte do custo com a compra do espectro foram encaradas como um bom mecanismo.

Adicionalmente, Falsarella também argumentou que "limitar muito" a potência de transmissão de faixas de 2,3 GHz e 3,5 GHz no âmbito das consulta públicas nº 59 e 60 não seria bom negócio. "Se você limita muito a potência, você limita também a flexibilidade da tecnologia. Um dos argumentos para a limitação seria não interferir com os sistemas da banda C satelital em downlink na faixa superior de 3,5 GHz, mas há outros mecanismos e soluções no mercado para proteger os dois sistemas. Limitar a potência não é o ideal ou adequado se considerado além do lado técnico, também o impacto financeiro e operacional que isso pode trazer".

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