O plano nacional de banda larga da Austrália foi considerado, em 2009, um modelo para vários outros projetos que previam a atuação estatal no provimento de redes de fibra ótica que viabilizariam a universalização do acesso fixo. Mas o modelo australiano evoluiu, e agora se pode dizer que é baseado em múltiplas tecnologias. Segundo a apresentação de Tony Cross, diretor de arquitetura de rede da NBN (estatal australiana responsável pela implantação da infraestrutura), a meta de oferecer 25 Mbps de conexão a todos os domicílios australianos até 2020 virá não apenas com o uso de redes FTTP, com fibra até os locais (residências ou estabelecimentos), mas com o uso combinado de redes de cobre como G.Fast e VDSL2, redes de cabo (HFC), acessos por rádio e mesmo com uma robusta infraestrutura de banda larga via satélite. O modelo também prevê parcerias e trocas de capacidade com os operadores de telecomunicações comerciais como a Telstra, incumbent local com a qual já está fazendo acordo de compartilhamento nas redes de acesso em cobre.
"A Austrália tem 4,6 milhões de pessoas com serviço de menos de 10 Mbps e 700 mil domicílios sem nenhuma rede de banda larga próxima", diz ele, ressaltando que a velocidade média da banda larga no país é de 7,6 Mbps e o consumo médio é de 110 GB por mês. "Queremos ter 90% dos usuários com acesso de 50 Mbps", diz Cross. As soluções wireless e o satélite serão usadas para áreas remotas e terão velocidade limitada a 25 Mbps, por conta das restrições da rede. "A prioridade é usar todas as tecnologias para termos o acesso da forma mais rápida e mais eficiente para prover banda larga universal, sem deixar ninguém para trás." Segundo o executivo, a NBN não pretende ser lucrativa, mas precisa manter as operações em fluxo de caixa positivo.