BT quer continuar à frente do plano de banda larga do Reino Unido

A British Telecom (BT) quer continuar sendo o braço implementador da política de expansão da rede nacional de banda larga no Reino Unido. Em 2008, o governo inglês tomou a decisão de usar a BT para implantar uma rede nacional, chamada de OpenReach, da qual a própria operadora é acionista, mas que recebe recursos públicos e tem como contrapartida a obrigação de abrir a rede para outros competidores, no modelo de unbundling. O CEO do grupo BT, Gavin Patterson, que falou durante o Broadband World Forum (que acontece esta semana, em Londres), enalteceu os resultados da política, que deverá chegar ao final de 2017 com uma cobertura das redes de fibra a 97% dos domicílios do Reino Unido. "A Ofcom (órgão regulador inglês) teve um papel relevante ao estabelecer o modelo. Hoje, boa parte dos nossos investimentos vão para a (rede) OpenReach."

Para o executivo, é preciso agora inovar nos modelos de negócio e qualidade de serviços estabelecidos pela Ofcom. "Dependemos muito das políticas, mas elas é que garantirão 30 bilhões de libras no nosso Produto Interno Bruto nos próximos anos. Todos têm que fazer o seu papel", disse. Ao ser questionado se não seria mais conveniente que a BT saísse do consórcio OpenReach, ele foi categórico ao dizer que não. Hoje, no Reino Unido, há um debate intenso se a BT deveria continuar à frente do projeto. A questão é que ela é uma empresa privada, mas que acaba se beneficiando de recursos públicos e, com a proposta de fusão com a EE (joint-venture da Deutsche Telekom e Orange), terá uma parcela muito grande do mercado em suas mãos. A empresa já promoveu uma separação funcional da rede para evitar alegações concorrenciais de abuso de poder.

"Separar a OpenReach não melhoraria o serviço. O retorno dessa rede ainda leva uns 10 a 15 anos. Se tivéssemos separado em 2008, duvido que o investimento tivesse sido realizado. Se quiser servir ao país inteiro, esse é o melhor modelo", diz Patterson, lembrando que hoje 10% do PIB do Reino Unido é atribuído às redes de Internet no país. "Se houver recursos públicos para esse plano, que se divida isso com quem mais quiser. Nós assumimos essa responsabilidade, e temos certeza que o governo vai repetir esse modelo. Não diremos não".

Notícias relacionadas

Segundo o CEO da BT, nos últimos meses o tráfego está crescendo de maneira ainda mais acentuada. "Hoje, vemos um ritmo de expansão do tráfego de mais de 60% ao ano, e isso era de 30% ao ano há pouco tempo." Gavin Patterson ressaltou ainda os avanços com testes com as tecnologias G.Fast e XG.Fast, que permitirão usar a rede legada de cobre da BT para acelerar o alcance das metas de banda larga com ultra alta velocidades.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!