Sensores fluviais e pluviométricos do Rio de Janeiro serão integrados a app

Por mais câmeras que um prefeito espalhe pelas ruas da sua cidade, nada supera a vigilância feita pelos próprios habitantes. A proposta do aplicativo Olhos da Cidade (Android, iOS) é exatamente unir forças entre os cidadãos e o poder público no monitoramento do que acontece dentro das metrópoles brasileiras diariamente. É uma ferramenta colaborativa para que pessoas e órgãos públicos informem o que estão vendo, adicionando ocorrências em tempo real em um mapa, que fica disponível para qualquer um acessar através do seu smartphone. O aplicativo foi criado pela Liga, desenvolvedora nacional responsável por outro app colaborativo, este focado em segurança pública, e que leva o nome da empresa. A primeira cidade a aderir ao projeto é o Rio de Janeiro. A Liga negocia com várias outras prefeituras e espera ter algumas do estado de São Paulo integradas ao projeto até o final do ano.

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Pelo app, os cidadãos podem informar em apenas dois cliques 12 tipos de ocorrências: falta de energia, incêndio, inundação, vento forte, relâmpagos, obstrução de via, queda de poste, protesto, chuva forte, atropelamento, fumaça, queda de árvore, vento forte, guincho e acidente de carro. O Olhos da Cidade está integrado ao Centro de Operações Rio (COR), local onde representantes da prefeitura e do estado do Rio de Janeiro, assim como de várias concessionárias de serviços públicos, se reúnem para acompanhar em telões tudo o que acontece nas ruas da capital fluminense através de milhares de câmeras e sensores. As ocorrências enviadas pelos habitantes do Rio pelo aplicativo passam a ser mais uma fonte de informação exibida no telão do COR.

Ainda há poucas pessoas usando o app porque ele foi recém-lançado, mas quando houver uma massa crítica a participação da população pode fazer a diferença na tomada de decisões dentro do COR. "Se tivermos um dia 100 mil pessoas ligadas ao app, por exemplo, poderemos ver no telão uma mancha no mapa assim que uma corrente de vento forte estiver entrando", comenta o chefe executivo do COR, Pedro Junqueira. Na prática, a colaboração dos cidadãos servirá como um complemento ou mesmo uma redundância para os dados captados pelos diversos sensores da prefeitura. "E no futuro teremos big data: poderemos estabelecer correlações entre os dados e prever consequências", diz o executivo. "Gostaríamos que essa ferramenta ajudasse a prefeitura durante o próximo verão, período com muitas chuvas e quando acontecem vários eventos naturais com impacto na vida das pessoas", acrescenta Josué Alencar, um dos sócio-fundadores da Liga.

A equipe do COR tem um login de administração ao aplicativo, que acessa através de um painel na web. Por meio dele, pode adicionar ocorrências em qualquer ponto do mapa e também disparar alertas para os usuários de acordo com a localização destes, transformando o app em um canal de comunicação georreferenciada da prefeitura com os cidadãos.

O Olhos da Cidade não é o primeiro app a ser integrado ao COR. O Waze também está lá: os dados sobre o trânsito da cidade enviados pelos motoristas cariocas aparecem no telão do centro de operações.

Sensores

Hoje, quem baixa o Olhos da Cidade acompanha em um mapa todos os alertas feitos por outras pessoas. Além disso, é possível ver as imagens em tempo real de algumas câmeras espalhadas pelo Rio de Janeiro, todas da iniciativa privada, por enquanto. A prefeitura carioca planeja integrar ao aplicativo até o final do ano as informações dos sensores pluviométricos e fluviais da cidade, que medem a quantidade de chuva e os níveis dos rios. E para 2015 promete agregar as imagens das centenas de câmeras municipais.

1746

A integração entre o COR e o Olhos da Cidade não tira a importância do 1746, aplicativo oficial da prefeitura do Rio através do qual os cidadãos também podem reportar problemas encontrados nas ruas. As propostas dos dois aplicativos são diferentes, a começar pelo fato de o 1746 ser uma criação da prefeitura, enquanto o Olhos da Cidade é uma iniciativa de uma empresa privada e que vai integrar outros municípios. No 1746 cada reclamação gera um protocolo interno na prefeitura e há um prazo para que o problema seja resolvido. A resolução das queixas está ligada ao programa de metas dos gestores municipais. Para o cidadão, uma diferença importante é que no Olhos da Cidade ele acompanha no mapa tudo que for relatado por outras pessoas, enquanto no 1746 monitora apenas as respostas às suas reclamações. De qualquer forma, é avaliada a possibilidade de no futuro agregar certos dados do 1746 ao mapa do Olhos da Cidade.

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