A Superintendência-Geral (SG) do Cade aprovou sem restrições a aquisição de ativos do Grupo de Tecnologia de Comunicações (CTG, na sigla em inglês) da Hewlett Packard Enterprise (HPE)pela indiana HCLTech.
A operação foi anunciada no mês de maio, com valor global de US$ 225 milhões. Nesta quarta-feira, 21, o despacho da SG do Cade com o sinal verde no Brasil foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).
Os ativos em questão envolvem atividades da CTG da HPE em serviços e desenvolvimento/licenciamento de software. Estão inclusas soluções de aplicativo de rede nativos em nuvem; ferramentas de cobrança, mediação e gerenciamento de base de assinantes; soluções de gestão de fraudes e inteligência de receitas; e sistemas para operadoras de telecom, fornecedoras de equipamentos e grupos de mídia.
A aquisição pela HCLTech, contudo, deixou de fora a parte da linha de negócios da unidade para sistemas de suporte operacional (OSS) – que seguirá com a HPE.
Nas justificativas apresentadas ao regulador, as companhias afirmam que o negócio permitirá à HCLTech atender melhor o setor de telecom, com a aprimoração de seus serviços de engenharia e a utilização da propriedade intelectual.
"Mais precisamente, por meio da operação, a HCLTech ganhará uma equipe experiente e altamente qualificada, produtos de software selecionados e um portfólio de serviços que inclui soluções e integração de sistemas em torno de sistemas de suporte aos negócios, aplicativos de rede, nuvem de serviços e inteligência de dados que lhe permitirá aprimorar sua oferta de produtos", detalha trecho do documento.
Hoje, a indiana ainda não conta com clientes no segmento de telecomunicações no Brasil. A atuação da empresa é por enquanto focada na indústria de manufatura e de recursos naturais.
"Com os novos talentos de engenharia e a propriedade intelectual do negócio-alvo, a HCLTech adicionará recursos significativos para melhor atender seus clientes, bem como estabelecerá relações diretas com CSPs [provedores de serviços de comunicação]", aponta o Cade, notando que o mercado "está em rápida expansão e transformação".
Competição
Para dar o sinal verde, o Cade avaliou que as partes deverão somar menos de 10% dos serviços de consultoria em tecnologia no Brasil após a conclusão da operação.
O órgão aceitou os argumentos das companhias, que ressaltam que o segmento é fragmentado, com mais de 13 mil players ativos, marcado pela presença de grandes empresas globais, como PwC, Accenture, Sonda, Deloitte, IBM e Amazon.
"As partes apresentaram um cenário de serviços de TI para o segmento de comunicações, mídia e serviços. De acordo com os autos, não haveria sobreposição no Brasil, indicando-se que, mesmo nesse cenário, a participação seria ainda menor do que nos cenários com sobreposição evidente no mercado nacional", explica o regulador.