Joint-venture do CPqD é inaugurada em Campinas

Júlio César de Oliveira, presidente da BrPhotonics Foto: Bruno do Amaral

Foi inaugurada nesta sexta-feira, 21, em Campinas (SP), as instalações da BrPhotonics, uma joint-venture formada pelo CPqD e a norte-americana GigOptix. A empresa tem como foco a atuação no mercado global de dispositivos fotônicos e microeletrônicos para serviços de comunicação de alta velocidade (acima de 100 Gbps). A iniciativa tem apoio do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), do Ministério das Comunicações, da Finep e do BNDES.

O presidente da JV, Júlio César de Oliveira, explica que já há discussões para a entrada de mais um investidor "de característica pública", e que as conversas estão em estágio final. Os investimentos não foram revelados, mas ele afirma que a empresa receberá uma segunda rodada nos próximos dois meses. Além disso, prepara o fechamento de contrato de um "grande projeto" com o BNDES, mas que ainda não deve ser fechado até o final de outubro. Oliveira diz que o faturamento esperado é de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões em 2015, subindo para R$ 15 milhões no ano que vem e R$ 30 milhões em 2017.

Nas instalações, que incluem 400 m² de laboratórios para pesquisa e desenvolvimento (P&D), está sendo construído um chip na unidade fabril, com fabricação e encapsulamento, com objetivo de exportação – tanto é que Oliveira explica que o produto consegue entregar velocidades maiores. "Numa mesma placa (que costuma ter) 100 Mbps, vou ter 1 Tbps", declara. Ele diz ainda que o componente é dez vezes menor, mas consome quatro vezes menos energia. O chip já passou por demonstrações, especificações e até setembro deverá ocorrer a qualificação do componente, mas ele já é comercializado em pequena escala – a primeira empresa a comprar unidades modulares foi a irlandesa Tyndal.

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A BrPhotonics já pode produzir 12 mil peças por ano, mas, até março do ano que vem, vai produzir 250 por mês, progredindo a cada trimestre até o patamar de mil mensais. O preço varia de US$ 2 mil a US$ 5 mil. Como clientes, a joint-venture já tem integradoras como a Padtec, Alcatel-Lucent, Huawei e Ciena. "Não atuamos no FTTH, mas no metrolonghaul, que é a infraestrutura de longa distância. Ainda não estamos em datacom, datacenter e end-user", declara Júlio César de Oliveira.

Segundo o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, apenas três países produzem esse tipo de equipamento fotônico no mundo: Cingapura, Bélgica e, agora, o Brasil. Para ele, a inauguração da JV demonstra "que é possível investimento público junto com o setor privado para realizar grandes desafios nos setores de tecnologia e criar perspectiva de recriar esse modelo em outros lugares do País".

A americana GigOptix transferiu 17 patentes para a nova empresa, além da tecnologia Thin Film Polymer on Silicon (TFPS) e sua linha de produção, antes instalada em Washington. Além disso, atuará como representante de vendas da BrPhotonics no mercado internacional. O CPqD transferiu cinco patentes, além da tecnologia de fotônica em silício (SiPh).

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