O atraso nos leilões de 3G e WiMax e as dificuldades de exportação da indústria com o real valorizado fizeram a Abinee projetar que o setor de telecomunicações não obterá crescimento no faturamento neste ano, empatando o montante obtido em 2006, quando alcançou R$ 17,6 bilhões. A indústria eletroeletrônica teve um crescimento de 8% no primeiro semestre e deve chegar a 12% no final de 2007. Segundo o presidente da Abinee, Humberto Barbato, com todos esses reveses o fato de o setor ?empatar o faturamento é até positivo?. A entidade divulgou nesta terça-feira, 21, os números da indústria eletroeletrônica no primeiro semestre deste ano.
Nesse período, o setor de telecomunicações teve uma queda de 11% no faturamento comparado ao primeiro semestre de 2006. Os segmentos que mais cresceram foram: material de instalação (33%), automação industrial (25%) e equipamentos industriais (19%). As exportações do segmento de telecom caíram 20,8% (em dólares). Contribuiu para esse resultado a transferência da planta exportadora da Nokia para o México, mantendo apenas produção para o mercado interno. Só o item telefones celulares teve queda de 22% nas vendas para outros países.
A Abinee mantém a previsão da produção de 60 milhões de celulares até o final do ano, com vendas principalmente para o mercado interno, já que o número de assinantes deve ultrapassar os 110 milhões até o final do ano.
Um dos destaques do semestre na indústria eletroeletrônica foi o crescimento de 146% na venda de notebooks, comparado ao período anterior; e o de PCs que cresceu 20%, resultado da política de desoneração fiscal e ampliação do financiamento. ?O mercado informal caiu e a arrecadação subiu. Esse modelo deveria ser estendido aos outros segmentos da indústria?, diz Barbato.