HughesNet chega aos 5 anos com força no mercado rural e planos para novos serviços

Rafael Guimarães, presidente da Hughes Brasil

A operação de banda larga via satélite da HughesNet completa cinco anos de operação no Brasil com a perspectiva de uma ampliação significativa tanto de capacidade quanto na diversificação dos serviços no país. A empresa tem hoje cerca de 260 mil assinantes, sendo que 80% estão em áreas rurais. Outro dado importante e que retrata bem o que foram os 5 anos da empresa no Brasil: 67% da base tem na HughesNet o seu primeiro serviço de banda larga fixa.

O foco da empresa em áreas rurais não surpreendeu em relação ao business plan original, diz Rafael Guimarães, CEO da HughesNet. "A gente começou em 2016 mas o nosso planejamento começou bem antes e já havia essa percepção de que o Brasil tinha um grande déficit de conectividade rural".

O que chamou a atenção da empresa, contudo, é quão importante a conectividade é um impulsionador da economia em áreas rurais, sobretudo para pequenos produtores. Por isso, a empresa está lançando  o portal "Mundo do Campo" que atua como uma espécie de marketplace em que fornecedores podem cadastrar seus produtos e venderem. Mas a HughesNet não pretende ser uma intermediária nem ganhar sobre as transações. "Estamos apenas criando e mantendo a plataforma como forma de valorizar a nossa relação com esses usuários", diz Guimarães.

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Novos serviços

A HughesNet se prepara para ampliar também a oferta de serviços de valor adicionado aos clientes. Um deles, a ser lançado em agosto, é um serviço de telefonia fixa por IP. "Muita gente em áreas rurais ainda precisa de um número, precisa se uma conexão fixa, e a gente vai oferecer isso, com um telefone IP que se conecta diretamente ao nosso equipamento e que terá um número". Outros serviços também devem ser oferecidos à medida que a capacidade do satélite seja ampliada, sobretudo em 2022, quando sobe o Jupiter 3. "Será um satélite de altíssima capacidade que vai atender todas as Américas, e quando ele chegar a gente pode buscar a ampliação da base e oferta de franquias maiores".

A HughesNet tem hoje um bom problema para administrar: a capacidade de seus satélites já está chegando no limite, o que significa que a empresa chegou à quantidade de usuários planejada. "Com a pandemia, tivemos uma aceleração nas vendas nos primeiros meses, e isso fez com que chegássemos nesse ponto um pouco antes do planejado. Até o novo satélite entrar em operação, a gente vai gerenciando o serviço aos clientes atuais". Uma das medidas é ajustar os bônus de franquia (franquias adicionais oferecidas em horários fora do período de pico) e ajudar os consumidores a fazerem melhor uso do serviço nesses horários, como download de conteúdos para streaming, por exemplo.

A empresa também está de olho nos impactos que o edital de 5G terá no mercado. Segundo Guimarães, certamente as metas de ampliação de conectividade em estradas e cidades com mais de 60 habitantes poderão reduzir o mercado potencial para o serviço via satélites, mas ele acredita também que haverá mais demanda das operadoras por backhaul para as redes 4G e 5G, e quer capturar uma parte dessa demanda. "As obrigações do 5G podem canibalizar um pouco o nosso mercado, mas a gente ganha outras oportunidades", diz.

Starlink e OneWeb

A HughesNet também não se mostra preocupada com a eventual chegada da Starlink ao mercado brasileiro. "Eu particularmente sou um entusiasta das novas constelações LEO e das novas tecnologias e a Hughes está muito envolvida com isso, por ser acionista da OneWeb. Mas acho que o mercado brasileiro é muito desafiador e por essa faixa de preços que a Starlink está anunciando, não sei se terão tração por aqui. Nós mesmos já tentamos produtos de maior valor e não tivemos um resultado interessante", diz ele.

Sobre a OneWeb, que tem um projeto pioneiro de redes LEO, a expectativa é de que eles cheguem ao mercado brasileiro no terceiro trimestre de 2022, diz Rafael Guimarães, mas não há nada certo sobre uma parceria com a HughesNet. "Estamos colaborando com eles no que é possível, mas são empresas separadas e não está definido se haverá uma atuação conjunta", diz o executivo. Ele acredita que um caminha sejam produtos híbridos, que utilizem satélites geoestacionários e constelações LEO (de órbita baixa) para serviços distintos. "Em algumas aplicações, como streaming, faz mais sentido o GEO porque o custo por bit é muito menor, mas em outras a rede LEO é mais interessante". 

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