Em reunião com a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Florence Bauer, nesta terça-feira, 21, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, assumiu o compromisso de ampliar o acesso à Internet a jovens que não possuem o serviço. O problema ficou evidente durante a pandemia do coronavírus, forçando o inclusive o adiamento da prova do Enem, já que muitos alunos não tinham como acompanhar aulas de maneira remota por falta de conectividade.
Na reunião, o ministro Fábio Faria reforçou a preocupação de expandir o acesso e colocou o ministério à disposição para apoiar e incentivar projetos da área. "O nosso ministério estará ajudando no que for preciso para ampliarmos o alcance digital, em especial, para nossos jovens", reiterou. Porém, o Minicom não explicou como pretende fazer isso. No momento, o governo não conta com nenhum programa de universalização de acesso, e a assessoria do ministério não detalhou nenhuma política pública para tratar do assunto.
Segundo Florence Bauer, de acordo com a pesquisa TIC Kids Online, 4,8 milhões de crianças e adolescentes brasileiros vivem em domicílios sem acesso à banda larga e isso é um problema ser enfrentado pela organização, especialmente durante a pandemia. "Crianças sem acesso à internet em casa são aqueles que mais sofrerão os impactos sociais da pandemia, incluindo o aumento da desigualdade no acesso a direitos fundamentais, como educação, saúde, proteção e participação", disse a representante.
Baixa renda
Em posicionamento divulgado em maio deste ano, a Unicef defendeu que os beneficiários do programa Bolsa Família, ou aqueles cuja renda mensal familiar per capita seja inferior a R$ 178 mensais, tenham acesso gratuito à Internet. A organização internacional também propôs ao Governo Federal e às empresas de telecomunicações que invistam para prover o acesso livre a todas as famílias vulneráveis. Segundo a entidade, a internet é fundamental para que crianças e adolescentes possam exercer plenamente seus direitos, manter contato com amigos e cuidar da saúde mental, se proteger contra a violência e ter acesso a informações confiáveis. (Com informações da Assessoria de Imprensa)