Redes do Brasil podem entrar em colapso, diz conselheiro da Abrintel

O futuro da telefonia móvel passa por uma rede ampla e bem estruturada. É o que o aponta o conselheiro da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), André Machado. Representante das cinco principais provedoras de rede do Brasil, o executivo cita que a atual regulação do governo brasileiro para antenas apresenta dificuldades para o desenvolvimento do sistema no Brasil e que isso pode levar a um "colapso da rede".

Notícias relacionadas
De acordo com o executivo, o crescimento de torres de celular entre 1993 e 2000 foi de 50 mil unidades instaladas. E nos últimos cinco anos foram instalados 25 mil sites que são alugados ou vendidos às teles. Porém, isso não é o suficiente. "As provedoras de rede têm bastante capital próprio para instalar novas antenas. O problema no Brasil é desburocratizar as prefeituras", disse Machado durante um painel na edição 2015 da feira de tecnologia Eletrolar.

O discurso do representante da Abrintel foi enfatizado pelo presidente do SindiTelebrasil, Eduardo Levy, que critica a atual legislação, que permite às prefeituras decidirem sobre a instalação de novas antenas.

"Temos munícipios que proíbem sinal em zoológico, escola, clínica dental, clínica de shiatsu, na Mata Atlântica, e até cidades que pedem um terreno com o tamanho de antena, mas permitem instalação em prédios", disse Levy.

"Na década de 1990, os EUA não tiveram crescimento forte da rede porque as pessoas e as prefeituras não queriam. Essa história de radiação, riscos à saúde, isso não existe", completa o conselheiro da Abrintel.

Novas redes

Uma opção enquanto o espectro ainda não é limpo pode ser as "hetnets", ou redes heterogêneas, que mesclam macrocélulas e microcélulas, assim como redes móveis e Wi-Fi. Esse formato de rede já possui legislação no Brasil desde 2013. "A solução de resolver os problemas de tráfego nas grandes cidades passa pelas hetnets, com small cells e Internet indoor", apontou Machado.

O diretor de tecnologia da Nokia Networks, Wilson Cardoso, defende o uso das pequenas células não apenas com 4G, mas para o 5G, que deve surgir após 2020 no setor mobile. "No futuro, a cada dez torres, nós vamos ter cem células pequenas", estima.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!