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Associação de engenheiros alerta para falhas no STFC da Telefônica

A Associação dos Engenheiros de Telecomunicações (AET) voltou a alertar as autoridades sobre a possibilidade de as falhas nas redes da Telefônica terem origens estruturais e não serem apenas fatalidades. Após encaminhar análise para o Conselho Consultivo sobre os problemas no Speedy, agora a AET resolveu procurar o governo de São Paulo para cobrar providências com relação à empresa. Na carta encaminhada ao governador José Serra, o presidente da associação, Ruy Bottesi, apresenta novos dados e levanta suspeitas sobre a integridade da rede do STFC da Telefônica.
As novas informações obtidas surpreenderam até mesmo a associação, que vinha tratando como uma fatalidade a primeira falha ocorrida no STFC neste ano. O segundo problema na rede fixa, gerada por defeitos na mesma infraestrutura que criou a primeira pane – as plataformas de sinalização SS7 (PTS) -, fez com que os engenheiros investigassem se havia mais coincidências entre os dois eventos. A constatação é que há um alto risco de que falhas voltem a ocorrer na telefonia fixa, pois estaria havendo falhas de comunicação na infraestrutura causadas pela atualização das plataformas para o atendimento da portabilidade numérica.
"As duas falhas (no STFC) envolvem a portabilidade e isso tende a se agravar", diagnosticou Bottesi. Segundo o presidente da AET, a rede da Telefônica estaria mal dimensionada para o funcionamento da portabilidade. A nova facilidade para o consumidor gera mais movimento no Sistema de Aplicações para Sinalização (SAS), que usa as plataformas PTS, por exigir a verificação de todas as chamadas antes de comutá-las, para que o sistema identifique de qual operadora é o número discado.

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"É o tipo de situação em que a integração tem que ser perfeita. Senão vai falhar", explica o especialista.
Para Bottesi, a constatação de que há falhas no gerenciamento da portabilidade pela Telefônica coloca em xeque a saúde da operação das demais concessionárias. O engenheiro não tem dúvidas de que, sem a devida atenção, outras empresas podem apresentar problemas no STFC. No caso específico da Telefônica, Bottessi acredita que a antecipação de R$ 70 milhões em investimentos para a correção de falhas localizadas nas redes de dados ainda é pouco e o governo precisa fiscalizar a devida aplicação dos recursos. Na carta ao governo do Estado, o presidente da AET afirma que a Anatel "tem deixado a Telefônica à vontade para definir o grau de qualidade dos serviços prestados, prejudicando com isso os clientes que contribuem para o crescimento da economia do estado de São Paulo".
Prodesp
Um dos motivos para que a associação procurasse o governador de São Paulo é o peso que as comunicações governamentais têm na rede da Telefônica. O diagnóstico dos engenheiros da AET é que a retirada do sistema "intragov" usado pelo governo de São Paulo, o Prodesp, da rede "comum" do STFC poderia amenizar falhas futuras e geraria ganhos para o estado. Para a entidade, o sistema "intragov" deveria estar totalmente alocado na plataforma NGN, onde parte desses serviços já é prestadada.
Atualmente, a Telefônica já teria à sua disposição uma plataforma NGN-classe 5 da Nortel para atendimento do governo do estado de São Paulo. A companhia, no entanto, estaria usando apenas 10% da capacidade dessa infraestrutura, uma vez que a política da empresa seria a de manter o atendimento de voz do governo via linhas convencionais do STFC. Ocorre que, com uma plataforma NGN, os serviços de voz, dados, chat e vídeo poderiam estar sendo prestados de forma conjunta por protocolo IP, desafogando a rede do STFC.
Para Ruy Bottesi, a Telefônica não estaria explorando todo o potencial da plataforma para evitar perdas de receita, uma vez que o custo dos serviços, especialmente de voz, tende a cair drasticamente quando fornecidos via protocolo IP. Pelos cálculos da AET, as contas telefônicas da Prodesp poderiam cair em até 50%. "O próprio pessoal que vende os equipamentos diz que não consegue entender porque isso (empacotamento na rede NGN) não está sendo disponibilizado para o governo."
Outros problemas
Bottesi pediu uma audiência com o governador, mas ainda obteve resposta sobre a agenda. Um dos assuntos que o especialista pretende falar pessoalmente com o governador José Serra é sobre os boatos de que a Telefônica não estaria em dia com suas obrigações fiscais.

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