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TVs querem diálogo com Anatel sobre faixa de 3,5 GHz; estudo da UIT mostra que solução é complicada

A associação de radiodifusores Abert, assim como o SindSat (que representa as empresas de transmissão por satélite), estão sim dispostas a discutir com a Anatel, no âmbito de um grupo de trabalho, alternativas para viabilizar a co-existência entre os serviço de banda larga na faixa de 3,5 GHz e as transmissões via satélite. Ao contrário do que informou esse noticiário, a posição das operadoras e radiodifusores foi inclusive expressada formalmente na reunião acontecida entre a Anatel e os setores que se sentem prejudicados com a possibilidade de uso da faixa de 3,5 GHz para banda larga. O que este noticiário apurou, contudo, é que há entre os descontentes variações de ânimo, e alguns segmentos, sobretudo os fabricantes de equipamentos, acreditam que não haja uma solução possível, e que a Anatel deveria suspender logo o leilão da faixa de 3,5 GHz. Ainda não houve a sinalização da Anatel de que o grupo efetivamente será formado, mas existe possibilidade de diálogo, informam fontes da Abert.
De qualquer maneira, se a posição das associações ainda é pelo diálogo e embate de argumentos técnicos, de outro há um grande ceticismo sobre uma solução de curto prazo. Radiodifusores, operadores de satélite e fornecedores de equipamentos de recepção satelital acreditam que a Anatel terá grandes dificuldades para comprovar a viabilidade da convivência entre banda larga na faixa de 3,5 GHz e as transmissões via satélite na banda C.
Um dos argumentos novos que devem ser trazidos aos debates é justamente um estudo da UIT sobre o tema. As conclusões do estudo, realizado no final do ano passado e que analisou várias experiências concretas de operações de BWA (banda larga wireless) na faixa de 3,4 GHz a 4,2 GHz no mundo é de que a convivência com as transmissões via satélite (FSS, ou fixed-satellite stations) é complicada e que para acontecer precisa obedecer a uma série de cuidados. Os pontos da conclusão do estudo falam por si. Segundo o estudo (Report ITU-R S.2199):

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* As operações de BWA interferem de três maneiras nas operações satelitais: 1) interferência dentro da própria banda; 2) interferência fora da banda por transmissões indesejadas; 3) interferência por saturação.
* Para garantir a proteção das estações de recepção satelital (FSS), inclusive TVRO (antenas parabólicas), é preciso garantir um distanciamento entre as estações de BWA e as antenas de recepção de satélite. A magnitude dessa separação depende dos parâmetros da operação. No caso de operações na mesma frequência, são necessários mais de 100 km; em operações fora da banda, são necessários alguns poucos quilômetros; e para evitar saturação essa distância precisa ser maior.
* No caso de se conhecer a posição de todas as antenas de recepção via satélite e das fontes de transmissão de BWA serem conhecidas, é possível essa coordenação e as interferências serem minimizadas com a correta separação geográfica.
* Onde essas fontes de transmissão e antenas de recepção não podem ser coordenadas (caso das transmissões móveis, como propõe a Anatel, ou de uma grande quantidade de antenas de banda C residenciais de localização desconhecida, como acontece no Brasil) não é factível a convivência de BWA com a recepção via satélite.
* A colocação de filtros nos LNBs minimiza o problema, mas é uma medida custosa e que pode prejudicar a recepção do sinal via satélite.
* Qualquer operação de BWA na faixa de 3,4 GHz a 4,2 GHz colocará limitações para as operações satelitais na mesma faixa.

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