A cidade de Porto Alegre pretende conceder um sistema ótico de cerca de 800 km de extensão para a iniciativa privada, afirmou o prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Jr., durante o Painel Telebrasil, que começou nesta terça-feira, 21. Apesar da decisão da cidade de deixar de administrar a infraestrutura, ainda há certa dificuldade para encontrar interessados em assumir o ativo.
Segundo Marchezan, o sistema ótico pode alcançar até mil quilômetros de extensão de fibra e dutos. "Estamos escutando o mercado, mas por incrível que pareça ainda não encontramos interessados, ainda que alguns grupos tenham pedido informações", afirmou o prefeito. "A ideia é fazer um contrato padrão de 10, 15 ou 20 anos e a empresa exploraria e pagaria a prefeitura, ou entregaria algum serviço gratuito, retornando para a sociedade". Segundo o gestor, modelos semelhantes já foram colocados em prática em outros estados, com níveis diferentes de sucesso.
Durante o Painel Telebrasil, Marchezan também comentou as mudanças na legislação municipal para instalação de antenas na capital gaúcha – e que surtiram efeito, de acordo com representantes do setor de telecom. "A grande reforma que fizemos foi obedecer a legislação federal [a Lei das Antenas]. Retiramos a necessidade de sete secretarias terem que se manifestar sobre antenas, necessidade de laudo de radiofrequência e adotamos o autolicenciamento, com profissional técnico respondendo pelas informações que manda para a Prefeitura. O que isso vai mudar para nós? Espero que não seja apenas um argumento de convencimento, mas segundo as operadoras teremos R$ 70 milhões de investimento no município".