Manutenção e reabastecimento também devem mudar mercado de satélites

Debate sobre manutenção e reabastecimento de satélites em órbita durante a Satellite 2022

O desenvolvimento da indústria espacial segue, de um lado, o glamour e o show midiático das viagens de turistas espaciais e foguetes reutilizáveis. Mas existe um outro lado da indústria, em pleno desenvolvimento, ainda que sem tanta visibilidade, que também promete transformar os modelos de negócio e os custos da exploração espacial: as novas tecnologias de manutenção e reabastecimento de satélites em órbita. Trata-se de um mercado que está se desenvolvendo rapidamente e que nos próximos anos devem mudar a forma como o planejamento das constelações de satélite é feita. Não ser, contudo, necessariamente algo que barateará os custos de exploração. "Não é necessariamente uma lógica de fazer mais pelos mesmos recursos, ou por menos. Talvez seja o caso de fazer mais com mais recursos, mas ampliando muito as possibilidades", diz Ron Lopez, CEO da Astroscale.

Segundo os especialistas que participaram de debate durante a Satellite 2022 sobre manutenção e reabastecimento de satélites em órbita, o desenvolvimento destas tecnologias traz um custo elevado como um todo, mas abre possibilidades, como  a maior vida útil dos satélites, a possibilidade de ajustes de configuração e a sustentabilidade espacial, assunto cada vez mais em voga.

Uma das questões  desafiadoras quando se fala em manutenção e reabastecimento em órbita é a necessidade de padronização entre as diferentes plataformas, o que hoje parece muito distante, e que dificilmente virá em um ambiente de intensa inovação. "Esse é um dilema. Se formos muito rápido no desenvolvimento das tecnologias, corremos o risco de perdermos eficiência pela falta de inovação. Por outro lado, se formos muito lentos, perdemos o timing", disse Daniel Faber, da FabOrb, uma empresa que quer criar uma rede de cilindros de reabastecimento de satélites no espaço para ser utilizada por outras empresas que desenvolvem satélites que funcionam como robôs de reabastecimento espaciais, a exemplo do que faz hoje a Northrop. "A história nos mostra que os investimentos do governo nos ajudaram a criar o mercado de satélites e não será diferente com as tecnologias de reabastecimento e manutenção", diz Robert Hauge da Spacelogistics, do grupo Northrop Grumman.

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Para Faber, o desenvolvimento do mercado de manutenção e reabastecimento em órbita é um dos elos essenciais da cadeia de desenvolvimento espacial, razão pela qual os EUA estão apostando bastante no segmento. "É uma das etapas necessárias para mantermos a liderança no segmento". 

Para Al Tadros, vice-presidente executivo de infraestrutura da Redwire, "a economia do mercado de satélites não é o que estamos falando hoje, mas outra coisa completamente diferente que ainda est'a sendo criada" .

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