[Atualizada em 22/02] Em tempos de implantações de redes 5G e possível leilão de frequências no País ainda este ano, o mercado de telecomunicações começa a considerar novas abordagens baseadas em flexibilidade e eficiência de custos para a infraestrutura. Uma delas é a rede móvel de acesso aberta, conhecida como OpenRAN, que pretende continuar a tendência de virtualização já observada em outras partes da rede, como o core. A questão é que, além de se colocar como uma evolução tecnológica, a solução também seria uma saída para uma realidade cada vez mais próxima de restrições de fornecedores para a implantação da quinta geração. Tanto que já há testes sendo feitos no Brasil, pelo menos com a Oi; enquanto Claro e pequenos provedores avaliam o uso.
A Oi está fazendo testes em laboratório com OpenRAN, que devem ser concluídos até o final do primeiro semestre. Se indicarem bons resultados, a operadora considera até mesmo um teste de campo ainda este ano, embora 2021 seja o mais provável. O diretor de estratégia, tecnologia, arquitetura e rede da Oi, Mauro Fukuda, já considera as possibilidades. "A gente vem avaliando soluções OpenRAN com certa atenção, assim como todas as outras operadoras, porque ela tem perspectiva grande de obter ganhos com redução de custo de Capex e Opex", declarou ele a este noticiário.
Fukuda explica que a Oi tem conversado com vários dos vendors que trabalham com OpenRAN para executar os testes em laboratório. A empresa analisa agora se a nova tecnologia funciona e se comunica bem com a infraestrutura existente e legada. "É onde está o grande apelo da solução: as operadoras estão fazendo testes para ver a interoperabilidade, o quanto ela é funcional, se vai ser transparente com a rede de acesso devidamente aberta", afirma. Segundo ele explica, a interoperabilidade é importante porque rede ainda conta com padrões proprietários, e há situações de verificações de padrões de rede, com troca de informações que a RAN precisa mandar ao core. Alguns desses dados são tratados nos protocolos entre o rádio e a unidade de banda base (BBU).
Ainda há desenvolvimento de padronizações e especificações técnicas, mas, "o básico" da tecnologia já estaria disponível para aplicação comercial. Pelo menos em um primeiro momento, a Oi enxerga aplicações em nichos, como redes indoor para o atendimento corporativo ou em conectividade rural, por exemplo. "Depois a gente vai vendo a possibilidade de colocar em larga escala na rede macro", diz o diretor da operadora. Na visão dele, contudo, a chegada do 5G (e eventual densificação) será uma grande catalisadora para promover a maturidade da OpenRAN.
Guerra tecnonacionalista
Com a guerra "tecnonacionalista" entre Estados Unidos e China, a administração Donald Trump pressiona governos, inclusive o brasileiro, a deixar de usar (ou restringir, como é o caso britânico) equipamentos de fabricantes considerados não seguros por eles, como a Huawei. Como a OpenRAN separa a camada de software das limitações de hardware, aumentando a diversidade com fornecedores menores ou de outras regiões, a tecnologia é colocada como uma alternativa. O próprio governo dos EUA considera essa aplicação, embora ainda concentre atenção na interferência de mercado mais direta contra a chinesa.
Perguntado se a tecnologia poderia ser uma alternativa diante de uma eventual restrição a fornecedores tradicionais no 5G, Mauro Fukuda ressaltou as características de o OpenRAN ser um "facilitador" para promover o ambiente multifornecedor. "Como uma das grandes vantagens é trabalhar em ambiente aberto, acredito que sim [seria uma alternativa]. Pode atrair maior diversidade de outras soluções", contou.
Realidade dos pequenos
O diretor da Associação Brasileira de Internet (Abrint), Basílio Perez, entende que o novo tipo de rede de acesso aberta é "uma coisa boa, interessante", mas não necessariamente em um futuro próximo. "A gente está acompanhando conversas, porque é um compartilhamento de infraestrutura. Isso barateia toda a instalação para quem vai investir, é uma das possibilidades que visualizamos", disse. Assim como a Oi, o representante da Abrint vê oportunidades em aplicações de nichos com o 5G, e a OpenRAN permite economizar o investimento massivo esperado com a necessidade de alta densidade de células na nova rede.
Porém, Perez enxerga que essa não seria necessariamente uma saída para eventual restrições de fornecedores. "Eu não acredito que o OpenRAN vai estar disponível em todo lugar, acho que estará em grandes centros. Duvido que alguém faça OpenRAN em uma cidadezinha perdida no Norte ou Nordeste. Por isso tem que ter outras opções", declara.
Além disso, o diretor da Abrint cita que a guerra tecnonacionalista envolvendo fornecedores não causa grande impacto para ISPs. "Essa briga de fornecedores acaba nos afetando de modo indireto, tem muito provedor que usa equipamento da Huawei", diz. "Mas existe outros. Se a gente for usar tecnologia tipo OpenRAN, não importa quem está na ponta." Mesmo para os pequenos provedores que prefiram o modelo mais tradicional, Perez aponta para alternativas que seriam mais baratas do que a chinesa, como vendors da Índia e do leste europeu. "O provedor em si fatalmente usaria coisas mais baratas com capacidade de quantidade menor de usuários, o que é mais apropriado."
Oportunidades
A Claro não confirmou se tem testado a OpenRAN, mas disse em posicionamento enviado a este noticiário estar "acompanhando as iniciativas" e avalia que a solução tem "potencial para proporcionar alternativas de planejamento das redes móveis no futuro". A companhia coloca que, em escala global, a tecnologia proporcionaria combinação das "melhores funcionalidades de rádio disponíveis no mercado". Mas também traria um "desafio expressivo" na orquestração da rede com múltiplos fornecedores.
"A empresa entende que a massificação de casos de uso relativos a performance e segurança de rede, bem como o estabelecimento de padrões 3GPP, são parte de um caminho imprescindível a ser percorrido antes que o OpenRAN vire uma realidade madura e possa ser considerada uma alternativa para suas redes no Brasil", disse a Claro. Até o momento, o grupo controlador, a mexicana América Móvil, não divulgou testes com esse tipo de rede de acesso na América Latina.
Por sua vez, o grupo espanhol Telefónica, controladora da Vivo e membro do Telecom Infra Project, já implantou um piloto no Reino Unido por meio da subsidiária O2. A ideia é utilizar a tecnologia tanto para áreas rurais quanto para regiões urbanas de alta densidade, por meio do modelo de compartilhamento e com a implantação de small cells. O projeto prevê a abertura da rede de acesso da companhia britânica para pequenos fornecedores "não tradicionais" de RAN, incluindo Mavenir, DenseAir e WaveMobile. A expectativa é que a implantação comercial da rede aconteça entre junho de 2021 até janeiro de 2022.
Já a Telecom Italia, que controla a TIM Brasil, juntou-se no final do ano passado à O-RAN Alliance. Essa aliança busca promover a abertura de interfaces de redes para o ambiente multivendor. Ela foi fundada em 2018 por operadoras de peso: AT&T, China Mobile, Deutsche Telekom, NTT Docomo e Orange, e conta atualmente com membros como Telefónica e Verizon. A O-RAN Alliance iria realizar 22 demonstrações durante a Mobile World Congress 2020, que aconteceria na próxima semana em Barcelona. Com o cancelamento do evento por conta do coronavírus, a entidade afirmou que as demos serão feitas virtualmente. O que faz sentido.
Não acredito em nenhuma suporte da operadora Oi em nada .Oi já foi uma operadora que podíamos elogiar .Mais agora e a pior operadora seus serviços péssimo . Como eu muitos tem a mesma opinião da Oi.Hj não sou mais cliente da Oi mais ,tenho parentes não família que são e não estão satisfeitos com o serviço prestados da operadora OI
A Oi sempre é uma caixinha de surpresas!
Quando achamos que a Oi Móvel está quase sendo vendida,
a Oi chega com uma surpresinha dessa!
Mas prefiro que a Oi nao seja vendida!
Avante Oi!
Boa Noite eu amadou técnico de telecomunicações estou pracura trabalhar Rede