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Remanejamento de canais para liberar faixa de 700 MHz em SP será complexo

Foto: stock.tookapic.com/Pexels.com

Com o desligamento do sinal da TV analógica, começa uma nova e complexa etapa para a Empresa Administradora da Digitalização (EAD): remanejar canais para garantir que o espectro esteja “limpo” e pronto para começar a ser utilizado para o serviço móvel pessoal (SMP). Esse trabalho, realizado pela entidade utilizando a identidade de EAD Engenharia, será ainda mais complexo no caso de São Paulo. Conforme explica o diretor-executivo da EAD, Antonio Carlos Martelletto, a ideia é começar antes, realocando canais para a TV analógica abaixo da faixa de 700 MHz onde possível para adiantar o processo. Mas ainda será necessário esperar. Embora a capital paulista e mais 38 municípios da região metropolitana devam fazer o switch-off no final de março, por conta de interferências em demais localidades do Estado como Santos, Vale do Paraíba, Campinas e Ribeirão Preto, será necessário pelo menos mais nove meses após o desligamento nessas outras áreas em setembro, empurrando a previsão de liberação apenas para meados de 2018. “É um joguinho de dominó essa realocação de canais, porque tem que tirar um para movimentar outro, tem que montar toda uma logística”, conta.

Na capital paulista há uma grande quantidade de canais sendo utilizados pelos radiodifusores. Além disso, alguns canais têm mais complexidade técnica no remanejamento, pois estão operando na mesma torre e precisam ser alterados ao mesmo tempo para não deixar a TV fora do ar. “São Paulo é certamente, do ponto de vista de remanejamento, o cenário mais complexo que temos. Não é difícil, só que a quantidade (de canais) é grande”. A migração deverá ser feita para canais UHF abaixo do canal 52.

No caso de outras cidades, onde há maior disponibilidade de canais para remanejamento, a EAD Engenharia já pode começar a trabalhar para liberar o espectro até mesmo antes do desligamento da TV analógica. É o caso do Recife, segundo Martelletto, onde a entidade já migra os canais para antecipar e “talvez, liberar o espectro antes”. “A gente interage basicamente com radiodifusores da região, que é um trabalho de engenharia, de (migrar) qual canal para qual canal, qual transmissora. Estamos fazendo isso agora em Brasília, e nas próximas duas semanas vamos remanejar dois canais”, explica. Isso ocorre após o Gired ter liberado a EAD para iniciar as ações de mitigação na capital federal, onde a faixa de 700 MHz deverá ser liberada para as teles entre abril e maio. No caso de Recife e de outras capitais como Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza, ainda há possibilidade de alteração no cronograma de digitalização, adiando a data do switch-off por conta da dificuldade de recebimento de conversores.

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Finalização

Terminada a fase de remanejamento de canais, uma terceira e última etapa começa quando a Anatel considera a faixa liberada, permitindo às operadoras a requisição do licenciamento das estações na faixa de 700 MHz. A partir daí, a EAD atua com “outro chapéu”, com o nome de TV Perfeita, realizando ações de mitigação para garantir que não haja ainda interferência na TV por meio de comunicação (com site já no ar, call center e campanhas), visitas técnicas e eventuais distribuições de filtros para condomínios com antena coletiva. A entidade já realizou RFP (request for proposal) para o fornecimento desses equipamentos nas quatro cidades onde o 700 MHz já foi liberado – Rio Verde (GO), Ituiutaba (MG), Uberlândia (MG) e Fernando de Noronha (PE) -, mas Martelletto diz que foi apenas uma pequena quantidade. “Para este ano já fizemos aquisição (dos filtros) através da RFP, e devemos fazer mais uma na próxima semana”, declara. Apesar de já haver um planejamento, a quantidade desses aparelhos precisa ser requisitada de acordo com a demanda de instalação, em sincronia com as etapas do desligamento. “Se eu instalar o filtro antes de ser desligado (o sinal analógico) ou remanejado os canais, cortaria o sinal do condomínio, então só posso fazer isso depois”, explica. “Tem um tempo certinho para fazer isso, é um trabalho bem sincronizado.”

Por conta da complexidade, a etapa em São Paulo é a mais antecipada e servirá como uma prova de fogo para a EAD, já que a maior parte do trabalho até então foi concentrada na primeira etapa do Seja Digital. “Agora o conjunto de atividades será bastante significativo, e tem muita coisa para acontecer”, enfatiza. É possível que o Rio de Janeiro tenha problemas semelhantes que levem a capital a precisar de um prazo maior, mas Martelletto acredita que todo o trabalho de remanejamento de canais e liberação da faixa no País aconteça até meados de 2019.

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