Fittel apóia união das operadoras para formar empresa nacional

A Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações (Fittel) apoia a compra da Brasil Telecom pela Oi. A organização entende que será criada uma empresa nacional forte, capaz de competir com as demais empresas de capital internacional presentes no País e ainda levar seus serviços para o exterior. A direção da Fittel espera participar da discussão da compra da BrT e, para isto, está tentando agendar audiências com as partes envolvidas: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Casa Civil, Anatel e Congresso Nacional, através dos deputados federais Jorge Bittar (PT/RJ), Walter Pinheiro (PT/BA) e Maurício Rands (PT-PE). O objetivo da entidade é que o debate seja levado também à sociedade. A federação conta ainda com o apoio da CUT, que faz a interlocução com o Ministério das Comunicações e BNDES.

Consequências

A posição favorável à fusão não significa que a Fittel esteja despreocupada em relação às conseqüências desse processo, como uma possível venda da empresa para controladores estrangeiros no futuro ou demissão de funcionários, reagiu o secretário de política sindical e social da entidade, Hamurabi Duarte de Carvalho. A entidade acredita que poderá blindar a nova empresa com alguns mecanismos de proteção: ?Nossa proposta é que o controle da empresa seja nacional e que o Estado tenha mecanismos que não permitam a desnacionalização, como uma golden share.? Ele acha possível a imposição de tais proteções porque a fusão depende de recursos públicos para a compra da BrT, como financiamento do BNDES.

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Para Carvalho, não será difícil incluir a Fittel na discussão, pois a entidade é considerada representativa na sociedade, por falar em nome de 70 mil trabalhadores de 20 Estados mais o Distrito Federal. Garantiu que não há nenhum compromisso da entidade com as partes envolvidas na fusão: ?Queremos que se preserve a tecnologia nacional, a cultura, que amplie e melhore a qualidade dos empregos, hoje precários, e que possa promover a universalização e a inclusão digital, levando a telefonia celular e a banda larga para todo o País.? Em sua opinião, a fusão pode propiciar debate também sobre redução de tarifas, como a diminuição da assinatura básica.
Além disso, disse que a federação sempre participou e formulou políticas de telecomunicação, mesmo antes da privatização do setor, em 1998. ?O governo é democrático e popular e deve ouvir a Fittel e a sociedade?, opinou.

Empregos assegurados

O sindicalista admitiu que exista preocupação de que a consolidação provoque demissões, com a sobreposição de cargos. Atualmente, são 9 mil trabalhadores na Oi e 6,5 mil na BrT. Mas a Fittel quer colocar a garantia de emprego entre os mecanismos de proteção. Neste sentido, a entidade está alinhada com o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Durante o seminário organizado pela TELETIME, Políticas de (Tele)comunicações, no último dia 19, em Brasília, o ministro disse que iria exigir tais garantias: ?Nós temos a preocupação com os profissionais que poderão ter um período de garantia de seus empregos.? Para Costa, a preservação de postos de trabalho poderia ser obtida com a expansão da operação para países como Argentina e África. Com isto, aventou que o número de vagas poderia até aumentar.

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