Nesta terça-feira, 21, a Anatel realizou um evento para discutir como a transformação digital pode melhorar as ações digitais. Durante o evento, o conselheiro Alexandre Freire destacou a importância do "experimentalismo institucional" para a inovação digital verde no setor de telecomunicações brasileiro.
O encontro realizado de forma remota foi organizado pelo Centro de Altos Estudos em Comunicações Digitais e Inovações Tecnológicas (Ceadi) da agência reguladora, presidido por Freire.
Na ocasião, o conselheiro argumentou que as instituições devem ser flexíveis e abertas à experimentação para enfrentar os desafios complexos e dinâmicos da sociedade. Segundo ele, "o setor de telecomunicações tem um papel fundamental na promoção da sustentabilidade e na implementação da inovação digital verde". Ele chama atenção ainda para a integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU nas decisões regulatórias da Anatel.
Como exemplo de experimentação, o conselheiro destacou a importância dos sandbox regulatórios como instrumentos para promover a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias, pois reduzem as incertezas e os obstáculos regulatórios.
Freire enfatizou a importância das parcerias estratégicas para a implementação da inovação digital verde. Ele destacou a parceria entre a Anatel e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como exemplo de colaboração que visa promover investimentos verdes e boas práticas ambientais no setor de telecomunicações.
Unesco e OCDE
Representante da UNESCO participante no evento, Tawfik Jelassi pediu que os governos, o setor privado e as organizações internacionais colaborem criando iniciativas de inteligência artificial colaborativas – particularmente em situação de baixos recursos e que abordem disparidades no acesso computacional.
Jelassi declarou ainda que a IA generativa pode trazer informações importantes para a ciência climática, "um passo importante no combate à desinformação e para melhorar a compreensão do público e guiar as políticas".
Alexia Gonzalez Fanfalone, da OCDE, afirma que ainda que tenhamos padrões e países implementando estratégias alinhadas à transição verde, ainda não há uma forma harmonizada de implementação entre vários países e "aqui temos espaços para ação". Ela defende o papel da conectividade para monitorar os ODS e o papel da inteligência artificial para monitoramento do meio ambiente.
Outro assunto debatido foi a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que deve acontecer em novembro deste ano no Brasil. O evento é espaço para uma série de discussões sobre os desafios e oportunidades para o País e para o mundo em questão de inovação ações sustentáveis e como integrar o processo tecnológico de forma sustentável.
Experimentações
A Anatel tem ficado mais aberta para iniciativas de experimentação. Entre os exemplos, há o sandbox que viabilizou aplicações direct-to-device para utilização de satélites de baixa órbita para prover Internet aos usuários, com grande potencial para o agronegócio, comunidades sem cobertura móvel e áreas de fronteira.