Teles podem entrar na disputa dos direitos do Brasileirão

Nas próximas semanas, o Clube dos 13 deve apresentar ao mercado como será a forma de comercialização dos direitos esportivos do Campeonato Brasileiro a partir de 2012 e abrir o leilão para novas propostas. Com o fim da cláusula de preferência que o grupo Globo (atual detentor dos direitos) tinha nas negociações, outros compradores podem aparecer. A Record é colocada em todas as bolsas de aposta como forte candidata a fazer uma oferta bastante agressiva pelos direitos de TV aberta. Mas a disputa mais interessante deve se dar nas outras plataformas: TV por assinatura, pay-per-view, Internet/celular. Esse noticiário apurou que a Oi tem interesse em ajudar na viabilização de uma proposta para TV paga, especificamente para pay-per-view. Hoje, a operadora de telecomunicações não tem oferta dos jogos do Brasileirão, e esse conteúdo poderia ser um diferencial para que a empresa voltasse a crescer (atualmente a Oi tem cerca de 300 mil assinantes de DTH e cabo). A Telefônica não deve fazer nenhum movimento em relação à TV paga, mas há quem aposte fortemente no interesse (milionário) do Portal Terra pela compra de um direito para Internet, em uma janela de jogo de ao vivo, e eventualmente para celular. Entre os operadores de TV a cabo independentes, que também não distribuem o pay-per-view do grupo Globo, o interesse também é grande. O problema é que esses operadores, somados à Oi, representam cerca de 10% do mercado (1 milhão de assinantes), o que é pouco. Operadoras como a GVT, que pretendem entrar no mercado em 2011, podem também ajudar a intensificar a disputa. Hoje a GVT ainda não tem contratos de programação e o grupo Vivendi está disposto a investir para crescer em TV paga. Esportes é, tradicionalmente, um alavancador de vendas para o serviço.
Uma das dificuldades apontadas por especialistas em direitos esportivos para que efetivamente surja uma novidade no cenário da oferta de um modelo de pay-per-view alternativo para a TV paga é que esse é um mercado que envolve um caro e complexo processo de produção e distribuição dos jogos, know-how que a Globosat vem desenvolvendo há vários anos com odetentora dos direitos para essa plataforma. O modelo de negócios para os operadores, se não é dos mais lucrativos, também está consolidado, com um revenue share de quase sempre 20/80, ou seja, 20% para o operador e 80% para a programadora e para os clubes, e é fator de forte fidelização dos assinantes. Também é um modelo que interessa aos clubes, já que a base de assinantes de pay-per-view cresce a cada ano e cresceu muito em 2010. Qualquer mudança teria que ser cuidadosamente analisada pelas operadoras, sem garantia de sucesso para os clubes.

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