Três em cada dez chamadas feitas em celulares no Brasil acontecem via OTT, diz Ericsson

Em mercados maduros, o uso de smartphones tem se mostrado um bom negócio para as operadoras: elas conseguem aumentar receita com dados e, consequentemente, crescem a base de pós-pagos. Uma consequência disso também é o crescimento na adoção dos serviços over-the-top (OTT), como YouTube, Netflix, Skype e WhatsApp. O Brasil começa a sentir essa mudança também, pois os OTTs se mostram como alternativas muito mais econômicas a recursos tradicionais como ligações de longa distância e SMS.

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De acordo com pesquisa de comportamento de consumo da Ericsson, os usuários de telefonia celular Brasil têm procurado usar mais os serviços over-the-top. Atualmente, a penetração de serviços OTT no país é de 28%, sendo que em São Paulo, cidade com maior penetração, percentual sobe para 31%, enquanto no Rio de Janeiro esse índice é de 23%.

Quando se trata de usuários smartphones, o percentual  de uso de OTT aumenta para 71% no Brasil. Considerando apenas usuários Android, a taxa de uso de serviços over-the-top cresce para 74%.

Troca de serviços

O levantamento da companhia Sueca afirma que, no Brasil, três em cada dez chamadas de voz em celulares (smartphones ou não) já são realizadas pela Internet. Dessas, sete são chamadas locais, 2,3 são domésticas de longa distância e 0,7 é de chamadas internacionais. O recado que a Ericsson dá é que embora o volume seja pouco, haverá um impacto nas receitas das operadoras futuramente, quando as redes ficarem mais confiáveis.

Por outro lado, o consumo de aplicativos de mensagem como WhatsApp, Live ou WeChat já começa a incomodar as receitas de serviços tradicionais. Segundo a pesquisa da fornecedora, 29% dos usuários de telefonia móvel preferem utilizar apps OTT em vez de SMS e chamadas por voz comuns. Nessa troca, o custo é a principal razão para 56% dos entrevistados, enquanto para 39% a vantagem é poder ter uma conversa (em vez de apenas recados rápidos e econômicos) com amigos; e para 28% é a possibilidade de poder realizar bate-papos em grupo.

Separando por categorias over-the-top, o uso de mensagens é o de maior penetração: 10%. Em seguida, tem o consumo de vídeos (17%) e chamadas em vídeo e por voz, com 10% cada.

A própria penetração de smartphones contribuiu para isso, crescendo de 12% em 2012 para 18% em 2013. A intenção de compra desses aparelhos cresceu de 10% para 24%. Da mesma forma, os tablets também cresceram no mercado brasileiro, subindo de 8% para 12% em penetração, e de 15% para 22% em intenção de compra.

Infraestrutura

A disponibilidade da rede também está maior. A pesquisa diz que 35% dos entrevistados afirmaram ter conexão Wi-Fi em casa e 28% disseram ter banda larga móvel.

Um dos diferenciais é que no mercado nacional há também grande consumo de dados em planos pré-pagos. Entre os usuários OTT, 14% possuem plano de tarifa fixa pós-pago; 21% possuem planos pós-pagos com limite de banda, e  39% usam planos do tipo "pague o que usar". "Mesmo se a pessoa tiver pré-pago, ela pega a promoção e paga R$ 0,50 para Internet, ele não vai ter a melhor experiência do mundo, mas já economizou dez SMS que ele mandaria no dia, então acaba virando moeda de troca", explica a especialista do ConsumerLab da Ericsson no Brasil, Julia Casagrande.

Segundo Julia Casagrande, a TIM tem o maior grupo de usuários OTT, seguida pela Claro, Vivo e a Oi. "A necessidade está conduzindo esse crescimento. E se ficar de fora, vai perder público", explica ela, ressaltando a importância de apostar no 4G, mas também na melhora da qualidade da rede de todas as tecnologias. Ela acredita que as operadoras deveriam incentivar mais a utilização dos dados móveis.

Outra questão que Julia Casagrande menciona é que há um aumento de consumo à tarde, quando os usuários estão em horário comercial. À noite, o consumo diminui, ainda que seja notado o fenômeno da segunda tela.

Perfil

A idade do usuário OTT é de 15 a 29 anos, a maioria estudantes ou jovens profissionais. A representatividade por sexo é igual, mas há mais uso desses serviços entre solteiros do que entre casados.

Segundo a Ericsson, esse usuário demanda acesso em todo o lugar, querendo estar disponível online para receber atualizações. Ele procura sempre por tecnologias mais avançadas e acredita que isso causa boa impressão nos outros, sendo que maioria se considera influenciadora. Ele gasta muito com aparelhos celulares, prefere a Samsung como marca para smartphones, e é frequentemente usuário de serviços "avançados" para os smartphones.

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