Banda larga móvel rentabilizará rede da Claro

A Claro pagou R$ 1,4 bilhão pelas licenças de terceira geração (3G) e garantiu cobertura nacional. Os executivos da companhia não arriscam prever quando esse investimento será rentabilizado, mas a aposta da Claro e das outras operadoras é a disseminação da banda larga móvel, tanto para ganhar novos assinantes quanto convencer os usuários das redes atuais a migrarem.
A empresa já tem uma operação de terceira geração em 850 MHz nas regiões de Recife, Fortaleza, Brasília e São Paulo e Grande São Paulo, alcançando ao todo 37 cidades, com uma cobertura potencial de 33 milhões de pessoas. A previsão com as licenças adquiridas nesta semana é começar os serviços nas novas regiões em março, diz Marco Quatorze, diretor de serviços de valor agregado. A killer application não é mais segredo para a Claro: na faixa de 850 MHz, por exemplo, 70% dos usuários aderiram à banda larga móvel, ou seja, compraram placas para diferentes dispositivos, e apenas 30% usam para voz e outros serviços. ?A banda larga móvel é o maior apelo das novas redes, tanto para os atuais usuários da 2G quanto novos assinantes?, explica Quatorze. A expectativa da operadora é roubar clientes da telefonia fixa e TV a cabo com o apelo da mobilidade e velocidade. ?Com escala teremos queda de preço também?, diz Quatorze. Na rede 3G de 850 MHz, a banda larga custa R$ 69,90 para 500 kbps e R$ 99,90 por 1 Mbps, entre 10% e 15% mais caro que a internet fixa. Os valores serão mantidos para a nova faixa de 1,9-2,1 GHz.
Segundo Quatorze, outro serviço bastante demandado pelos clientes, segundo uma pesquisa da Claro, é o portal de vídeo (video streaming, com diversas opções de vídeo, como o YouTube). A empresa também vai lançar um sistema de vídeo monitoramento de segurança, em que uma webcam é instalada em determinados lugares de escolha do usuário, que pode consultar a imagem ao vivo no celular. Outra aplicação que pode interessar alguns nichos é a videochamada que custa R$0,60 o minuto de conexão.

Notícias relacionadas

Pacotes de serviços

A estratégia da Claro é a venda de pacotes de serviços para toda a rede de 3G. Um deles custa R$ 117 e inclui 120 minutos de voz, 20 MB de dados, 20 minutos de videochamada, 20 SMS, 20 MMS. O uso de transmissão de dados de forma avulsa, por exemplo, custa R$ 6 por Mb e R$ 0,60 o minuto para tráfego de vídeo, similar a voz.
Para Quatorze, a velocidade de download de qualquer aplicação e a qualidade do vídeo na tela do celular fará com que o assinante use mais os serviços que hoje são lentos nos smartphones das redes 2G. O dowload de um música passa de 2 a 2,5 minutos para apenas 15 a 20 segundos, exemplifica.
?A facilidade de acesso aponta para serviços como busca do Google, localização e canais ao vivo de vídeo", diz Quatorze. A difusão do pagamento móvel vai depender, segundo o executivo, da definição do modelo de negócio.
A rede 3G da Claro conta com sete modelos de celular (sendo que seis aceitam video streaming) e três modems para banda larga.
Sobre a concorrência da 3G com a rede WiMAX, Quatorze explicou que esse segmento será de responsabilidade da Embratel, que já tem licenças de WiMAX e é do mesmo grupo da Claro, a Telmex. Para ele, o WiMAX em um primeiro momento terá como foco o ambiente corporativo, com links dedicados às empresas. ?Só em um segundo momento a rede vai alcançar o usuário final, mas os preços terão que cair muito?, diz Quatorze.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!