A Repórteres Sem fronteiras (RSF), juntamente com 16 organizações internacionais, lançaram na semana passada carta em que defendem o uso ético de Inteligência Artificial (IA) por jornalistas, equipes editorais e meios de comunicação no mundo.
Idealizada por uma comissão reunida pela RSF e presidida por Maria Ressa, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2021, a carta tem como objetivo estabelecer um conjunto de princípios éticos fundamentais para proteger a integridade da informação na era da IA, considerando que essa tecnologia é capaz de transformar a indústria dos meios de comunicação.
"A função social do jornalismo e dos meios de comunicação – ser um terceiro pilar de confiança para a sociedade e os indivíduos – é uma pedra angular da democracia e reforça o direito à informação para todos. Os sistemas de IA podem ajudar enormemente os meios de comunicação a cumprir este papel, mas apenas se forem utilizados de forma transparente, justa e responsável, num ambiente editorial que defenda fortemente a ética do jornalismo", afirmam os integrantes do grupo na carta.
A carta estabelece, em um cenário de uso intenso de IA em diversos setores da sociedade e na produção de informação, dez princípios essenciais para garantir a integridade da informação e preservar a função social do jornalismo. Entre os princípios centrais estão:
- A ética deve orientar as escolhas tecnológicas nos meios de comunicação;
- O julgamento humano deve permanecer central nas decisões editoriais;
- Os meios de comunicação devem ajudar a sociedade a discernir com confiança entre conteúdos autênticos e sintéticos;
- Os meios de comunicação devem participar na governança global da IA e defender a viabilidade do jornalismo nas negociações com empresas tecnológicas.
"Ao afirmar estes princípios, defendemos o direito à informação, apoiamos o jornalismo independente e estamos comprometidos com os meios de comunicação confiáveis na era da IA", prosseguem os especialistas.
Confira a integra do documento aqui.