Para Nokia, transformação digital é essencial para empresas mais sustentáveis

Hilary Mine, VP de Estratégia e Tecnologia da Nokia

A digitalização de diferentes cadeias produtivas é uma oportunidade para a redução do consumo de energia e impacto ambiental de vários setores da economia, especialmente o setor de manufatura, transportes e logística, construção e das cadeias de produção, aponta Hilary Mine, VP de Estratégia e Tecnologia da Nokia para a Experiência do Consumidor e presidente da DigitalEurope. A DigitalEurope é uma associação que representa as indústrias de tecnologia e de transformação digital na Europa formada por 42 associações comerciais representando 36 mil empresas e mais de 90 corporações, incluindo a Nokia, Zoom, Bayer, Bosch, Santander, AWS, Cisco entre outros.

Mas existem desafios que precisam ser vencidos. Ela reconhece, por exemplo, que o processo de digitalização traz um aumento de custos de energia com datacenters e redes 5G, mas é um aumento marginal comparado com a economia de energia proporcionada.

"A questão real é que precisamos de algumas habilidades específicas para se conseguir incorporar a cultura digital nas empresas, o que não é simples".

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Ela aponta a importância de políticas públicas nesse sentido. "Cada país tem uma barreira, e identificá-las é o primeiro passo para definir políticas de digitalização, como políticas de licenciamento de espectro de 5G. Outro desafio é o desenvolvimento de mão de obra. E os países muitas vezes têm dificuldade de entender como podem ajudar os pequenos negócios, que não têm tantos recursos para o processo de digitalização", diz a executiva.

Ela lembra que existe um salto importante de produtividade com o uso de redes 5G em plantas já automatizadas. "As grandes corporações já passaram por um processo de automação, mas desconectar equipamentos de redes fixas e criar uma rede praticamente sem latência é um passo gigante".

Na visão da executiva, o processo de digitalização vai além da sustentabilidade, ainda que esse seja um driver cada vez mais importante. "Existe, obviamente, uma busca de maior produtividade, mas um problema que precisa ser endereçado é a ausência de mão de obra para determinadas funções, que podem ser compensadas por tecnologia".

Segundo Hilary Mine, o processo de desenvolvimento de redes privativas ainda está apenas começando, porque as empresas só agora começam a ter acesso a espectro e tecnologias que podem ser utilizadas e geridas de maneira simplificada.

A Nokia é uma das empresas fornecedoras que mais tem se dedicado a promover a ideia de que empresas podem ter redes privativas no processo de transformação digital. Isso vem um pouco do DNA da empresa, que inclui empresas que tinham esse foco, como Siemens, Alcatel e Lucent, que tinham forte atuação em verticais de negócios e no desenvolvimento de tecnologias. "Mas vai além disso. Sempre enxergamos o setor corporativo como um mercado potencial importante para redes de telecomunicações, e com o 5G o potencial de sinergias é imenso", diz ela.

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