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Para Highline, 5G passa não só pelo leilão, mas por desenvolver um ecossistema

Paulo Martins, diretor de assuntos institucionais e novos mercados da Highline

O grupo DigitalBridge, controlador da Highline, tem sido diretamente associado como uma das principais novidades que o leilão de 5G trará ao mercado, e a empresa nunca escondeu a disposição de participar do leilão. Mas a Highline faz questão de dizer que o trabalho dela não se encerra com a licitação. “Para nós, o leilão é sem dúvida uma etapa importante e vamos participar da disputa, mas o mais importante é o trabalho que estamos fazendo há um ano e meio, e que se intensifica após o leilão, de criar um ecossistema para que novos operadores e os atuais operadores possam tirar o máximo de proveito do 5G”, diz Paulo Martins, diretor de relações institucionais e novos mercados da Highline. 

A empresa, ele faz questão de dizer, não pretende ser uma operadora e nem competir com nenhuma empresa operadora. “Nós somos investidores e provedores de infraestrutura. A partir daí, desenvolvemos um modelo para sermos operadores neutros de redes neutras, e essa é a nossa premissa”. 

A Highline diz que já tem praticamente mapeados os lotes e a estratégia do leilão já está bastante madura, mas Paulo Martins admite que, após a publicação do edital, o mercado se movimentou e a empresa passou a conversar com outros atores, o que pode fazer com que alguns ajustes na estratégia ainda sejam feitos até o leilão. “O que seremos exatamente só vai ficar claro depois do leilão. Até aqui, empenhamos recursos e tempo em um projeto já maduro, mas que vai ser ajustado até o último momento. Por exemplo, muitas empresas interessadas fizeram a conta das obrigações, que não são simples, e perceberam que vão ter que entrar em regiões muito desafiadoras, com pouca viabilidade. Essa conta não é pequena, e é aí que a gente entra. Por isso, nosso projeto prevê inclusive a camada de core para os operadores que queiram utilizar a nossa rede, por exemplo”. Mas ele prefere não detalhar como podem ser os modelos de negócio com eventuais clientes.

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“Nosso projeto depende dos projetos dos parceiros. Nós dependemos de ter clientes, e é por isso que a gente tem todo o interesse em desenvolver o ecossistema”, diz Martins. Isso inclui não só o trabalho que já foi feito para que o edital passasse a contemplar questões que serão relevantes para os operadores, como RAN-Sharing e compartilhamento de rede, mas também outras frentes, como o fomento à inovação e desenvolvimento tecnológico. Martins lembra que a empresa se empenhou diretamente para que a Finep, por exemplo, desenvolvesse a linha de financiamento para projetos de 5G; segundo ele, a Highline também discutiu muito com o Ministério da Agricultura sobre forma de incluir o 5G no cenário agro brasileiro; exalta a parceria com empresas como Qualcomm e Intelbrás para desenvolver tecnologias de CPEs mais acessíveis; e chama a atenção para o papel da Highline no projeto da Prefeitura de Porto Alegre e da Imobi para instalação de small cells de 5G no mobiliário urbano. “Todas essas ações, e outras, são parte desse esforço que a gente tem de desenvolver o ecossistema do 5G para todos”.

Paulo Martins também lembra que a proposta da Highline não deveria surpreender quem acompanha a estratégia da empresa. “Desde que fizemos uma oferta firme para a compra da Oi Móvel nós dissemos que esse era o nosso plano e que estávamos dispostos a investir pesado nele: criar uma rede que todos pudessem usar. Esse plano não mudou, só a forma de executá-lo está diferente com a nossa participação no leilão”, diz ele.

Ele reconhece que o leilão abriu a oportunidade para que novos provedores regionais entrem na disputa do 5G no mesmo timing que entraram na disputa pelo mercado de banda larga. “A Anatel foi muito feliz em colocar um leilão aberto a todos, com oportunidades para empresas de diferentes perfis”, ressalta. Mas a Highline nunca fechou a porta para os grandes operadores. “Ao contrário, desde o começo deixamos o nosso projeto a disposição deles, e certamente eles vão fazer as contas após o leilão. O importante é que a gente é e vai ser independente”.

Mas a Highline tem um desafio ao participar da licitação: se ganhar, e não tiver clientes, terá que operar e cumprir as obrigações por conta própria. “Vamos cumprir a regra e vamos operar, mas temos certeza que em parceria com outras empresas”.

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