Além da abordagem aberta e desagregada para redes de acesso (o chamado OpenRAN), a adoção de um modelo que permita diferentes fornecedores de hardware e software também está ganhando força em áreas como redes de transporte e WiFi.
Durante evento promovido pelo Telecom Infra Project (TIP) nesta terça-feira, 20, avanços dos grupos de trabalho para as duas áreas foram citados por teles parceiras do consórcio liderado pelo Facebook – inclusive com empresas brasileiras envolvidas.
Diretor de evolução tecnológica da rede da Claro, Luiz Bourdot afirmou esperar que o chamado "OpenWiFi" resolva problemas enfrentados pelas teles na gestão de redes de WiFi. Segundo ele, ainda que neste mercado a abordagem de fornecedores não seja tão "monolítica" quanto nas redes de acesso, a fragmentação da cadeia seria um desafio.
"Por isso, a iniciativa do TIP para WiFi é muito importante. Não só pela desagregação, mas para desenvolver inteligência nos controladores e na cloud e assim conseguirmos entender os problemas que acontecem na rede e poder atuar sobre eles, trazendo novos modelos de operação", sinalizou.
DCSG
Durante o evento da TIP, a tecnologia DCSG (Disaggregated Cell Site Gateways) para redes de transporte também foi destacada. Diretora de tecnologia e informação da Telefónica Hispam, Andrea Folgueras notou que depois das primeiras implementações comerciais com o recurso na Alemanha e no Equador, o Peru será o próximo país a ter a opção absorvida.
No Brasil, o tema está há algum tempo mobilizando esforços na TIM. "O DCSG já é realidade. No cenário global temos fornecedores acelerando roadmap, operadoras testando e deployments comerciais. O modelo é replicável e agora queremos usar esse mesmo formato para wireless backhaul", afirmou o especialista em tecnologia da TIM, João Gabriel Aleixo.
Segundo Aleixo, a opção desagregada para redes de transporte será inclusive testada no Open Field, lançado pela TIM e TIP no campus do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel). Como anunciado, espaço reunirá uma série de fornecedores para testes de OpenRAN.
Em breve participação no evento desta terça-feira, o diretor-executivo de tecnologia da TIM, Leonardo Capdeville, afirmou que inclusive outras operadoras são bem vindas para experimentação no espaço. Segundo ele, o trabalho no laboratório deve começar com RAN aberto para 3G e 4G, mas deve evoluir para 5G assim que possível.