A operadora norte-americana AT&T dirigiu uma série de críticas à proposta do Departamento de Defesa (DoD) dos EUA de manter espectro 5G entre 3,1-3,5 GHz para operação própria e para compartilhamento dinâmico (DSS) com outros players do mercado.
Em manifestação enviada ao DoD e assinada pela sua vice-presidente executiva para regulação federal, Joan Marsh, a AT&T classificou a intenção como uma "aposta com o futuro 5G" que colocaria em risco "métodos comprovados de entrega de serviço móvel nos EUA em favor de abordagens de alocação de espectro não comprovadas".
Na carta, a operadora criticou tanto a proposta que chamou de uma "nova rede nacional de celular militar" quanto o formato de atacado/leasing do espectro a partir do compartilhamento com terceiro – o que "não traria os benefícios que seus proponentes alegam".
De acordo com Marsh, ambas as abordagens seriam "passos na direção errada", uma vez que o modelo de atribuição de frequências para empresas privadas "capazes" seria a base do que a AT&T chama de liderança norte-americana no mercado wireless.
"Embora apoiemos novas abordagens inovadoras para compartilhamento de espectro, devemos proceder com cautela. Ir imediatamente para a implementação do compartilhamento dinâmico de espectro (DSS) sem compreender totalmente suas possibilidades e limitações ameaça minar todo o progresso que fizemos até agora", afirmou Marsh.
Maturidade
Entre os argumentos utilizados pela AT&T estão a restrição da capacidade de bandas compartilhadas e o entendimento que as capacidades de detecção (ou sensing) da tecnologia DSS ainda estão aquém do potencial necessário. A função é considerada pela empresa como a base da atribuição dinâmica de espectro.
A operadora também observou que o espectro é apenas um dos elos necessários para a oferta de serviços de telecom (ao lado de investimentos em redes de acesso e de fibra ótica). Dessa forma, a AT&T avalia que a política de compartilhamento não traria necessariamente novos competidores para áreas rurais com menor competição.
Por último, a companhia entende que as operadoras privadas já se mostraram capazes de fornecer redes com o nível de serviço exigido por parceiros governamentais. Como exemplo, a AT&T citou a FirstNet, voltada para primeiros socorros e implementada em parceria com o Departamento de Comércio dos EUA.