Quase metade dos usuários de celular desconhece serviços de mobile banking

Cerca de 45,8% dos usuários de celulares/smartphones no Brasil sequer sabem que existe uma operação bancária que pode ser realizada por meio de seu aparelho. E, entre os 53,7% que sabem, somente 10% utilizam o serviço. Os dados desse incipiente cenário de mobile banking no País fazem parte da 9º edição do estudo Monitor Acision de VAS Móvel (MAVAM), divulgado pela Acision nesta quinta-feira, 20, em São Paulo. Foram 1,5 mil entrevistados entre 11 e 22 de agosto, todos usuários de telefonia celular, das classes A, B e C.

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Para o diretor da Mobile Marketing Association (MMA), Márcio Chaer, que desenvolve o estudo MAVAM juntamente com a Acision, o problema dos baixos níveis de utilização das soluções de mobile banking não pode ser relacionado somente aos usuários. “Em um país onde 80% da base é pré-paga, os bancos desenvolvem soluções mais voltadas às classes A e B, e não têm uma estratégia focada à classe C, que é a maioria”, adverte. “Além disso, há poucos hotspots Wi-Fi no Brasil. Nos Estados Unidos há 270 mil, aqui não passa de 4 mil”, acrescenta.

O vice-presidente da Acision para a América Latina, Vancrei Oliveira, diz que as plataformas móveis são a solução ideal para a inclusão bancária e, também por isso, precisam ser repensadas. “A única forma para alguém lá do interior de Amazonas, por exemplo, acessar sua conta corrente pode ser via celular. Os bancos têm de estar atentos a essa necessidade”, diz.

Humberto Perissé, diretor da Quanti, empresa de pesquisas de mercado, também alertou para problemas de segurança, transparência e modelo de negócios, que ainda travam a adoção em massa do mobile banking no Brasil. Segundo o MAVAM, segurança e transparência são requisitos básicos para 69% dos entrevistados começarem a utilizar esse serviço. Tarifas extras por transação são outro impeditivo para 65%, além de bloqueio imediato do aparelho em caso de furto (64%), celular seguro para esse tipo de operação (59%) e facilidade e simplicidade das ferramentas de mobile banking (57%), confiabilidade da operadora (52%), entre outros.

Entre os 53,7% que sabem que o serviço existe mas não utilizam mobile banking, 42% não fariam transferência de dinheiro pelo celular por não considerar a transação segura. Outros 28% não fariam compras ou pagamentos e outros 34% não utilizariam o celular como cartão de débito pelo mesmo motivo: falta de segurança.

O Near Field Communications (NFC), tecnologia de comunicação por aproximação entre máquinas que permite a troca de informações sem a necessidade de acesso à rede de dados da operadora ou à Internet, parece ter a preferência entre os entrevistados no mobile banking. Para 46% deles, a tecnologia é boa para esse tipo de serviço, contra 23% de menções negativas.

VAS

Segundo o MAVAM, os serviços de valor agregado (VAS) no segundo trimestre de 2011 foram responsáveis por 20% das vendas líquidas das operadoras no País, totalizando R$ 2,48 bilhões. Desse total, 49% (R$ 1,2 bilhão) da receita advém da Internet móvel, seguido pelo SMS, com R$ 992 milhões, ou 41% das vendas.

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