Citi deve sair da BrT. Mas sem abandonar Opportunity

Fonte bem situada junto a grandes instituições financeiras confirmou ao TELETIME News o que vem sendo especulado há meses pelo mercado: o Citibank deverá optar por realizar seus investimentos no fundo CVC/Opportunity Equity Partners LP, não renovando o contrato de gestão do fundo até 2007. É por esse fundo que a maior instituição financeira do mundo investe em empresas privatizadas no Brasil, sobretudo no setor de telecomunicações. Isso equivale a dizer que o banco deve deixar o controle indireto da Brasil Telecom, da Telemig Celular e da Amazônia Celular. A fonte assegura, contudo, que a saída do Citi não significa conflito com o Opportunity. Primeiro, porque contratualmente o investimento via CVC/Opportunity Equity Partners LP realmente acaba em 2005, ainda que pudesse ser renovado até 2007. E depois porque é a intenção do banco norte-americano dar todas as condições para que o Opportunity possa continuar no controle da BrT. "O Daniel Dantas não ficará na mão", diz a fonte.
Nem essa fonte nem analistas e operadores do mercado financeiro, porém, tinham qualquer informação concreta sobre rumores de emissão de recebíveis da Brasil Telecom, da ordem de US$ 300 milhões, que circularam esta semana. A Brasil Telecom, por meio de sua assessoria, também nega que criará um fundo de recebíveis. Especulou-se que tais recursos seriam utilizados na operação de saída do Citibank ou na compra da Telemig Celular pela Brasil Telecom. Ou nas duas operações, de forma combinada. Mas são informações não confirmadas.
Vale lembrar que o Opportunity está brigando, por meio de processos administrativos na Anatel, para tirar os fundos de pensão do controle da Telemig e da Amazônia Celular. Se isso acontecer, o controle dessas companhias passaria a ser exercido apenas por ele, Opportunity, o que facilitaria estratégias combinadas com a Brasil Telecom, onde a Telecom Italia ainda não recuperou e nem deve recuperar tão cedo seu poder de voto e veto. A Telecom Italia, por sua vez, tem mantido conversas com o Citibank para comprar a participação do banco na BrT, mas os valores pedidos, segundo fontes bem informadas, são irreais. A negociação terá que passar pelo Opportunity, avalia uma fonte próxima.

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O que não está claro ainda é o que acontecerá com a participação que o Citibank teria na Brasil Telecom por meio das empresas de fachada que constituem a Timepart, maior acionista em ordinárias da Solpart S/A, controladora da BrT.

Financiamento

Até agora, a única notícia concreta de captação de recursos da Brasil Telecom foi a venda de R$ 500 milhões em debêntures em agosto, pelo prazo de cinco anos, a taxa de CDI+1,15% ao ano. Dinheiro que tem como objetivo, principalmente, financiar a expansão da rede de telefonia móvel da companhia. Em 2005, os investimentos devem alcançar alguma coisa como R$ 1,4 bilhão.
De diferente, o que chamou a atenção de analistas foi um novo programa de recompra de ações a preço de mercado aprovado pelo conselho de administração da Brasil Telecom. Como se sabe, pela renovação, a operadora (BRTO) poderá adquirir até 10% das PN em circulação; e a holding (BRTP), 10% do free float das ON ou PN. Um analista-chefe de uma das corretoras mais atuantes em telecomunicações pergunta: "Se a companhia está empenhada em concentrar esforços e recursos para ampliar operação móvel, por que gastar bala agora para aumentar sua participação no capital?".
Essa mesma recompra, que poderia ser interpretada como um movimento para a recuperação de valor da companhia no mercado (onde vem sendo sistematicamente descontada por força das disputas societárias), passa a ganhar uma outra versão especulativa: não seria um preparativo para a saída do Citi?

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