De olho no crescente mercado brasileiro, a fabricante norte-americana Belkin decidiu começar a investir mais no País e explorar o potencial para soluções Wi-Fi, incluindo ferramentas para casa conectada. Mas a companhia reconhece os desafios a serem superados, como impostos, educação sobre produtos sem fio e mesmo infraestrutura de rede defasada para os consumidores.
Um dos produtos que a empresa pretende trazer ao Brasil até o final do primeiro semestre de 2013 é o WeMo, um dispositivo conectado à Internet que permite gerenciar produtos eletrônicos à distância por meio de um aplicativo para iOS. O aparelho, que se conecta entre a tomada na parede e o eletrônico, permite o controle remoto para, por exemplo, desligar um abajur. É possível também programar o WeMo para o desligamento de um videogame no quarto das crianças após determinado horário. Trata-se de um conceito simples de casa conectada, mas que poderá chegar ao Brasil com um preço mais acessível do que soluções maiores. "Acho que ficará de três a três vezes e meia o preço norte-americano, temos impostos e logística", justifica o country manager da Belkin no Brasil, Wagner Fontenele, citando o valor inicial de US$ 50 do produto nos Estados Unidos. "Queremos manter em um preço razoável".
Outra aposta é em uma linha de roteadores sem fio, baseada em três produtos: de entrada, para o consumidor médio e um de alto padrão. Este último será o N600, que deverá chegar ao mercado brasileiro até o final do ano, oferecendo banda dupla (de 2,4 GHz e 5 GHz) para ambientes maiores ou de maior exigência de conexão, contando com uma ferramenta chamada de Intellistreaming que permite downloads mais rápidos para vídeos, eliminando o tempo gasto com o buffer automaticamente.
Em um futuro próximo, após o lançamento nos Estados Unidos, um roteador com a banda 802.11ac também deverá chegar mercado nacional, oferecendo ainda mais velocidade sem fio, embora ainda não existam muitos aparelhos capazes de aproveitar toda a conectividade dessa especificação. "Há demanda para mais banda larga no Brasil, esse produto será para isso", garante o vice-presidente para as Américas da Belkin, Thomas Park. "Vamos falar com os consumidores, para eles entenderem a diferença entre os aparelhos e falar muito claramente sobre o porquê da necessidade de Wi-Fi", diz, embora reconheça problemas também com a oferta de banda larga e a infraestrutura em geral.
Planos
A estratégia da Belkin para venda no mercado nacional é em parceria com duas Apple Premium Resellers (APR), a iPlace e a A2You, além de iniciativas no e-commerce e com o grupo VarejoInfo. A visita de Park ao País é justamente por conta da expectativa de performance da empresa na região, com planos também para expandir para o mercado corporativo eventualmente. "Este ano será uma boa oportunidade para investimentos na América do Sul e queremos dobrar os números de crescimento no Brasil", afirma, sem divulgar valores exatos.
Segundo o executivo, os planos são de investir ainda mais, contratando mais funcionários, estabelecendo relacionamentos com empresas de varejo como Fnac e Walmart (com o qual já trabalham em outros países) e trazer produtos ao mercado brasileiro mais rápido. "Queremos gastar aqui, vemos o País como um ótimo mercado. Não vemos nossos competidores aqui da mesma forma", analisa Park.