Operadora de infraestrutura, a American Tower tem um projeto de um milhão de homes-passed com fibra em Minas Gerais em dois anos, com plano de lançamento comercial da rede neutra em Belo Horizonte em outubro. Segundo contou o diretor de estratégia e desenvolvimento de negócios da ATC, Abel Camargo, durante o Fórum de Operadoras Alternativas nesta segunda-feira, 20, trata-se de uma das etapas de expansão da estratégia de redes compartilhadas, anunciada em novembro do ano passado.
"Já estamos evoluindo de forma relevante. Temos uma área de dutos no centro, uma área nobre, e também com rede GPON", declarou Camargo durante o evento online organizado pelo TELETIME e Mobile Time.
A American Tower (ATC) já atuava com compartilhamento de rede, e em 2019 a companhia começou a fornecer a rede neutra no acesso, disponibilizando fibra até a residência (FTTH) com rede GPON não exclusiva. Ou seja: a companhia leva a rede desde o ponto de presença (POP) na cidade até a caixa, bastando à franqueada fazer a ligação e operação na última milha. "Na American Towers, por definição, somos players de infraestrutura. Jamais vamos oferecer ao cliente final", declara Camargo.
Para ele, o modelo de rede neutra é "importante" por trazer racionalidade, sobretudo devido às dimensões do País e condições econômicas. "Quando a infraestrutura já está em uma localidade, não faz sentido ter construção sobreposta. Ela está disponível para todas as operadoras", diz, afirmando que a competição estaria na camada da prestação de serviço e no comercial/marketing.
Segundo o diretor da companhia, outro aspecto do negócio está na demanda para levar a fibra às antenas, modelo conhecido como FTTt (tower) ou FTTs (site). Na avaliação dele, as empresas estão interessadas em substituir o backhaul existente de rádio ou micro-ondas. "O investimento massivo em fibra vai facilitar para fibrar o site", diz.
Mais ativos
A companhia tem atuação em fibra graças à aquisição de parte dos ativos da Cemig Telecom, em 2018. Por conta disso, Abel Camargo reconhece que a venda da Copel Telecom, também uma infraestrutura vinda de uma distribuidora de energia, traz alguma familiaridade. "Sempre estamos olhando todos os ativos do mercado, e a Copel tem certa similaridade com a Cemig, mas com particularidades diferentes em relação ao mercado". O diretor também concorda que a disponibilidade da InfraCo, a unidade produtiva isolada (UPI) de infraestrutura da Oi, também é uma possibilidade.