A pressão do governo sobre as operadoras de telefonia móvel por conta da qualidade dos serviços de voz e dados e a consequente exigência de mais investimentos em infraestrutura e redes devem reanimar as fabricantes de componentes para o mercado de telecomunicações.
A previsão é do presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, que prevê uma retomada no crescimento do setor, mesmo em um cenário pouco auspicioso para a indústria brasileira. Barbato participou nesta sexta-feira, 20, de reunião da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo.
Segundo ele, este segmento deve voltar a crescer no segundo semestre do ano, impactado pelas compras de equipamentos para a quarta geração da telefonia móvel e também por um provável aumento nos gastos das operadoras para melhorar a cobertura em áreas onde a qualidade da conexão está abaixo do aceitável. “Essa medida só reforça o que já estavamos falando [que o investimento em redes era insuficiente]. Agora, estamos confiantes numa retomada deste segmento entre este ano e 2013, melhorando, inclusive, o desempenho do setor elétrico e eletrônico como um todo”, comenta.
Se para os fornecedores de insumos para telecomunicações o prognóstico é positivo, àqueles que dependem exclusivamente do setor de energia elétrica sobram incertezas devido à proximidade do fim das concessões públicas na área. Sem saber como as coisas ficarão, muita gente tira o pé do acelerador na hora de investir. “Estamos incluindo na agenda prioritária da indústria outros temas que são bastante importantes e preocupantes. Dentre eles essa história de que é preciso pensar na questão das concessões de energia elétrica, porque imagine quem vai fazer investimentos faltando dois anos para terminar a concessão de uma grande empresa de distribuição de energia?”.