Rede privativa móvel do governo federal deve utilizar RAN sharing

Leandro Guerra, da EAF. Foto: Marcos Mesquita

A rede privativa móvel do governo no Distrito Federal deve ser baseada em um modelo de RAN sharing (compartilhamento de redes de acesso) a partir da infraestrutura existente na região, indicou a Entidade Administradora da Faixa (EAF), responsável pela execução do projeto.

CEO da EAF, Leandro Guerra participou nesta quinta-feira, 20, do evento TELETIME Tec, realizado em São Paulo. "Tudo indica que o modelo que vai ser adotado é um core [núcleo] de rede novo e rede de acesso compartilhada com as redes de acesso existentes. A tendência é que a definição deva ocorrer nos próximos dias", afirmou o executivo. A parte que será exclusiva do governo é o core da rede.

A outra alternativa possível seria a construção de infraestrutura própria para a rede privativa móvel no DF; a EAF chegou a colocar na rua uma solicitação de propostas (RFP) sobre a possibilidade, mas a orientação do Ministério das Comunicações (MCom) foi pelo modelo de RAN sharing junto às operadoras, apurou TELETIME. Uma das razões teria sido um estudo contratado pela EAF que mostrou que a rede privativa móvel seria deficítária para ser operada no modelo de rede própria.

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Guerra recorda que a rede privativa móvel deve ser concluída até fevereiro de 2026. O sistema vai permitir a integração de plataformas de missão crítica do governo, reunindo as comunicações de órgãos como Bombeiros, Samu, Polícia Federal e Exército e Detran, incluindo sistemas legados como Tetra e P25, inclusive o push-to-talk desses sistemas mais antigos.

A rede privativa terá padrão LTE e vai operar na faixa de 700 MHz, com previsão de atendimento de 150 mil usuários. O sistema ainda terá criptografia de Estado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para incrementar a segurança fim-a-fim, aponta a EAF.

Vale lembrar que a rede privativa do governo federal ainda terá um componente de redes fixas, com atendimento nas 27 capitais do País. Neste caso, está previsto o atendimento de 6,5 mil pontos de governo, com qualidade mínima de 1 Gbps e também criptografia de Estado. Segundo Guerra, os aneis para atender as capitais poderão também ser desenhados no modelo de parcerias. Por exemplo, em Brasília, deve ser usado o anel da Telebrás.

Um dos desafios, diz Guerra, é conseguir implementar a rede diante da burocracia de licenciamento de postes e dutos. " Estamos atuando, mas não podemos passar a fila onde esse problema existe para as operadoras.

A rede privativa móvel e fixa do governo federal faz parte dos compromissos associados ao leilão de espectro 5G, realizado em 2021.

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