Mais presente no setor corporativo do que entre o consumidor pessoa física, a alta na inadimplência de serviços de telecom causada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) está sendo encarada com atenção pelas operadoras do segmento B2B, mas ainda não atingiu proporções de grande escala.
O assunto foi comentado nesta quarta-feira, 20, durante evento online promovido pela operadora de infraestrutura Angola Cables. Na ocasião, o COO da Vogel Telecom, Daniel Cardoso afirmou que a empresa tem percebido impacto da crise nos pagamentos, mas em nível menor do que o temido anteriormente. "Não vou dizer que não temos visto esse impacto, pois muitos dos nossos clientes estão com parte das operações fechadas, mas entre a maioria das pessoas e dos clientes, nós temos visto um impacto menor do que nos piores cenários projetados", afirmou o executivo.
De acordo com Cardoso, o reflexo na capacidade de pagamento de muitas empresas gerou "alguns casos de renegociação, onde tivemos que encontrar soluções diferenciadas". Por outro lado, os provedores de regionais de Internet (ISPs) estariam reagindo rapidamente e solicitando upgrades quando necessário. Diante da alta generalizada na demanda por conectividade, um aumento nos investimentos também deve ser necessário, observou o COO da Vogel, citando o aumento do dólar como desafio adicional.
Presidente-executivo da TelComp, que representa operadoras regionais, de atacado e B2B, João Moura reiterou que o setor está preocupado com a inadimplência, mas que vem "atuando com muita responsabilidade" diante do problema. "Nossos clientes precisam da conexão mais do que nunca e, evidentemente, as operadoras precisam cobrar. O corte é o recurso mais drástico, pois a preservação do serviços é fundamental para mantermos os clientes".