Desvalorização do real frente o dólar preocupa operadoras competitivas

Foto: Pixabay

A desvalorização de mais de 40% do real perante ao dólar ao longo de 2020 está preocupando as operadoras de telecom do segmento corporativo, que já estudam formas alternativas de realizar investimentos sem comprometer a sustentabilidade das operações em meio à crise deflagrada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).

"É uma situação bastante complexa, pois todo o nosso investimento é internacional e foi feito em dólar, assim como nossos custos", afirmou nesta quarta-feira, 20, o CEO da operadora de infraestrutura Angola Cables, António Nunes, em evento online promovido pela provedora. A companhia opera cabos submarinos conectando as Américas, a África e a Europa.

"No caso específico do Brasil, a desvalorização do real é um constrangimento muito sério. Na Angola, também há uma depreciação do kwanza [a moeda local do país], então a nossa criação de valor está sendo em moedas que estão sendo empobrecidas, o que traz um desafio enorme para manter a sustentabilidade das operações", afirmou Nunes.

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COO da Vogel Telecom, Daniel Cardoso seguiu o mesmo caminho e afirmou que a empresa tem cogitado alternativas para seguir investindo neste cenário. "Vamos ter que encontrar formas criativas de fazer investindo, de forma mais colaborativa e compartilhada, para fazer frente a esse crescimento do dólar, que é parte importante da nossa equação", afirmou. "Se não fizermos esses investimentos, vamos limitar nosso crescimento".

Leilão 5G

Com o cenário de incerteza, a realização do leilão 5G em 2020 também não faria sentido para o segmento. Presidente-executivo da TelComp, que representa operadoras B2B, de atacado e regionais, João Moura reiterou que a realização do certame este ano não seria razoável; desde janeiro a entidade defende que uma modelagem correta para o processo é mais importante que o cronograma. "Nosso grande propósito e preocupação é que haja espaço viável para atuação relevante das competitivas neste certame. Agora se será no fim desse ano ou no início do ano que vem, não é o mais crítico", afirmou Moura.

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