Em conferência com analistas na tarde desta quinta-feira, 20, para comentar os resultados do quarto trimestre e do ano de 2024, o presidente da Unifique, Fabiano Busnardo, afirmou que a empresa vai focar nos planos de telefonia móvel com 5G como uma das principais avenidas de crescimento em 2025.
A vertical deve gerar um faturamento de até R$ 70 milhões no ano. A operadora começou a implantar a tecnologia com um projeto piloto e, desde então, vem avançando de maneira gradual na região Sul. A receita com a vertical foi de R$ 10 milhões em 2024.
"Qual era a nossa primeira preocupação? Se nós vamos ter capacidade de construir uma rede tecnicamente competitiva, tanto no sentido de qualidade, capacidade de entrega de dados, cobertura e em termos econômicos. Vamos conseguir fazer isso em um valor que vai fazer a gente ser competitivo e remunerar bem o nosso investimento", explicou o executivo, sobre as principais indagações na companhia.
"Nós estamos absolutamente certos [sobre a performance positiva da operação]. Agora, temos que entender que estamos só no início da jornada", completou Busnardo. Assim, a Unifique saiu de 11 cidades cobertas com 5G no último ano, para mais de 27 cidades em 2025. Esse movimento fez a população coberta saltar de 305 mil pessoas para cerca de 750 mil.
O executivo ressaltou que o investimento na rede feito pela operadora está sendo calibrado, com os riscos mitigados, acompanhando a atualização dos aparelhos pelos usuários. Neste ano, o 5G da Unifique deve ultrapassar a marca de 100 cidades.
Com o avanço em termos de municípios, a projeção é que o faturamento com as redes móveis tenha um incremento importante, chegando à marca entre R$ 60 e R$ 70 milhões neste ano. "No ano que vem, eu acredito que a gente tem a condição de faturar entre R$ 150 e R$ 200 milhões", afirmou Busnardo, sobre 2027.
Combos
Um dos movimentos mais importantes feitos pela tele para ganhar tração na telefonia móvel foi a oferta dos planos combos (que somam o móvel com a banda larga fixa). Dos 95,3 mil acessos móveis no ano passado, 82,3% tinham planos combo e 56,07% eram provenientes de portabilidade.
Neste ano, porém, Busnardo ressalta que o plano de negócios também terá a venda dos serviços móveis em localidades onde não existe a disponibilidade da banda larga fixa.
"Esse foi o nosso começo. A gente foca nisso [na comercialização de combos], isso sempre vai ser nossa prioridade. Mas nós também queremos vender móvel, só móvel, até porque têm muitas cidades a gente nem tem rede fixa. Teremos que aprender vender o móvel sozinho", diz ele.
Para reforçar a iniciativa, a companhia deve lançar entre maio e junho os pacotes pré-pagos, mesmo com a tendência entre as operadoras de incentivar a migração dos usuários de planos pré para pós. "Não é nossa prioridade, mas a gente tem que entender e reconhecer que o mercado é soberano. Uma parte do mercado é pré-pago e a Unifique quer e vai estar também nesse segmento."
Concorrência em fibra e crescimento
Indagado por analisas sobre o nível de competição na fibra óptica, Busnardo reconheceu que a concorrência está em um nível "altíssimo", tanto em Santa Catarina, quanto no Rio Grande do Sul. Segundo ele, a empresa consegue controlar melhor o cenário em Santa Catarina pelas quase três décadas de atuação no estado.
No ano passado, a maior receita da Unifique veio justamente dos serviços de banda larga, com R$ 1,02 bilhão (+12,44%). Um foco para expandir os negócios, ressalta o presidente, será o crescimento orgânico.
"Nós vamos ter um crescimento orgânico esse ano seguramente maior do que em 2024. A gente melhorou muito no segundo semestre de 2024, e 2025 nós vamos ter um crescimento orgânico melhor. Quer dizer que vai ser algo transformacional? Não, mas vai ser melhor. Então, já vai nos ajudar um pouco", declarou.
Isso não quer dizer que a operadora deixou de lado o avanço via fusões e aquisições. No entanto, o presidente reconhece o momento adverso do mercado. "A gente continua conversando [com outras empresas]. O problema é que realmente a situação está difícil de se acertar entre vendedor e comprador. Mas acho que daqui a pouco, quem sabe, o negócio pode sair."
Sobre o reajuste de preços para os consumidores, Busnardo afirmou que a empresa está "chegando no limite", uma vez que a inflação começa a pesar para o negócio. Em outras palavras, a empresa deve fazer alguma atualização de valor, pelo menos em alguns grupos de usuários. "Acredito que a gente vai conseguir fazer alguma coisa com relação a isso, e pode nos ajudar a monetizar um pouco mais", finalizou.