O Interactive Advertising Bureau (IAB-Brasil) lançou um manual de conformidade e boas práticas sobre o uso de Inteligência Artificial (IA) na publicidade digital.
Focado para os profissionais e empresas que atuam no setor, o documento traz algumas orientações e sugestões de como a tecnologia pode ser usada de acordo com regras de direitos autorais, criando uma relação transparência com cliente e garantindo revisão humana em todos os processos onde a tecnologia for utilizada.
Segundo a entidade, o rápido avanço da IA trouxe novos desafios para o mercado publicitário, ao tornar mais complexa a tarefa de garantir segurança das marcas, cuidados com dados pessoais, além do novo campo de discussão ética sobre o uso dessas tecnologias.
"A manipulação de dados, a criação de deep fakes e a disseminação de informações falsas são apenas alguns dos riscos que podem comprometer a reputação das empresas e a confiança dos consumidores. Diante desse cenário complexo é fundamental a definição de boas práticas para o uso da IA na publicidade digital, como passos iniciais no seu uso de forma responsável", explica o IAB no documento.
Orientações
Confira as principais orientações que o IAB recomenda para o mercado de publicidade digital.
- Analisar a ferramenta escolhida: antes de utilizar qualquer ferramenta de IA para auxiliar na criação de conteúdo publicitário, o IAB diz que é essencial revisar cuidadosamente os termos de uso da plataforma ou software, como verificar se os termos de uso garantem que os inputs fornecidos por você não serão reutilizados para outros fins. Isso seria uma forma de assegurar que a ferramenta de IA escolhida está adequada para o projeto e que suas políticas de uso não exponham a agência ou o cliente a riscos.
- Contratação de terceiros: O IAB orienta que caso seja necessária a contratação de uma ferramenta de IA para a criação de uma campanha, certifique-se de que os interessados no projeto, como o cliente, por exemplo, estejam cientes para autorizar esta contratação. Na prática, o IAB orienta que nos contratos firmados sejam adicionadas cláusulas que exijam a revelação do uso de IA. Com isso, será possível mitigar riscos de responsabilização por omissão ou uso não autorizado de tecnologia, prevenindo conflitos legais ou insatisfações entre as partes.
- Autorizações para o input: quando o conteúdo do input se trata de dados ou materiais de terceiros, como imagens, vozes, vídeos, textos ou músicas de outras pessoas, o IAB orienta que é necessário garantir que o seu acesso tenha sido autorizado, observadas as nuances referentes a direitos autorais e de imagem de fotos, áudios. Isso seriam formas de evitar infrações a direitos autorais de terceiros, protegendo tanto a empresa anunciante quanto a agência publicitária.
- Revisão humana do output: Para o IAB, é bom evitar o uso dos outputs gerados sem antes realizar uma cuidadosa revisão. Isso porque após a geração do conteúdo pela IA, pode ser necessário editar e adaptar esse material para garantir sua conformidade com os objetivos da campanha e com as normas legais. Isso poderia evitar, por exemplo, vieses, como a reprodução de certos estereótipos e preconceitos na produção do conteúdo; equívocos que a IA possa introduzir; ou violação de direitos de terceiros (como trechos de texto, música ou imagens).