Excesso de padrões atrapalhou desenvolvimento do mercado de IoT, diz novo controlador da Sigfox

Foto: Pixabay

Henri Bong, CEO da Unabiz, nova controladora da Sigfox (empresa/padrão de comunicação para Internet das Coisas), acredita que uma das razões pelas quais as aplicações de Internet das Coisas estão se desenvolvendo em velocidade aquém do esperado no mundo é a fragmentação de padrões e protocolos, entre elas o da própria Sigfox.

Henri Bong, CEO da Unabiz, nova controladora da Sigfox

Ele assumiu a empresa depois da falência da Sigfox francesa, operadora que também cuidava do desenvolvimento e licenciamento da tecnologia para parceiros em todo o mundo. Como um ex-parceiro Sigfox em Singapura e Taiwan, ele conhece bem a realidade dos operadores locais de redes IoT. "Acredito que precisamos de parcerias e protocolos comuns com outras tecnologias", disse ele, mencionando tecnologias como LoRa WAN, que também operam em espectro não licenciado.

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A Unabiz acredita que o padrão Sigfox, e outros, precisarão trabalhar com protocolos definidos por software que permitam aos diferentes dispositivos e tecnologias falarem entre si. "As antenas e frequências são as mesmas, então é possível integrar. Da nossa parte, estamos abrindo APIs e bibliotecas e conversando com os fóruns padronizadores para que as tecnologias comecem a conversar entre si", diz ele, cogitando, no futuro, um padrão unificado para IoT em espectro não licenciado abaixo de 1 GHz.

As conversas com 3GPP para incluir também as tecnologias de IoT baseadas nos padrões 4G e 5G são mais complexas, admite, mas ele acredita que será possível também uma aproximação. "Acreditamos em um futuro de unidade, abertura e colaboração", diz ele.

Brasil exportador

"Eu acredito no potencial da Internet das Coisas, e o Brasil é central em nossa estratégia global", disse Bong. Ex-diplomata do governo Francês, ele largou a atuação governamental para se dedicar a uma área em que via grande potencial de crescimento: o desenvolvimento de redes voltadas para Internet das Coisas. "Com a falência da Sigfox, os parceiros globais ficaram preocupados com o desenvolvimento da tecnologia, mas não perdemos território. E agora, todos eles, inclusive a WND no Brasil, estão prontos para retomar os planos de expansão", disse ele.

Segundo Henri Bong, o padrão Sigfox já recebeu mais de US$ 1 bilhão em desenvolvimento nos últimos 10 anos, e é uma tecnologia madura e que provou sua eficiência. Ele vê o Brasil como um potencial especial para a área de utilities, pelo tamanho e quantidade de empresas prestadoras de serviços públicos.

Mas o Brasil tem outro diferencial, diz Bong. " O Brasil tem muita tecnologia de IoT própria desenvolvida localmente, e isso é uma excelente notícia. Alguns países, como é o caso do Japão, estão hoje buscando tecnologias em outros mercados, e o Brasil tem muita expertise". Segundo ele, é esperado que as tecnologias e soluções brasileiras de IoT sejam "exportadas" para outros mercados pela Unabiz.

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