Nova geração de satélites SES aposta em multi-spots e alta capacidade

A operadora de satélites SES planeja uma nova geração de satélites, especificamente nas duas posições orbitais brasileiras adquiridas em 2014 nas licitações da Anatel, desenhada para atender à tendência de substituição da cobertura de caráter nacional ou em grandes áreas por um footprint dividido em múltiplos spots, tanto para serviços de dados quanto para serviços de vídeo. Na parte de dados, trata-se do movimento natural de ampliar a capacidade das conexões de banda larga para serviços corporativos, serviços dedicados para o tráfego broadband em aviões e navios e mesmo serviços residenciais desenvolvidos pelos parceiros. O primeiro satélite desta nova geração já está desenhado e encomendado. É o SES 14, um satélite de altíssima capacidade (HTS) que terá múltiplo spots em banda Ku e banda Ka e será dedicado sobretudo a serviços de dados, com uma capacidade total de 20 Gbps. A novidade desse satélite, que ficará na posição 48ºW, é a configuração de banda Ku dividida em spots para permitir o reuso de frequências e com isso ampliar a capacidade total de tráfego.

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A ideia é oferecer o satélite primariamente para backhaul e capacidade de dados para empresas de telecomunicações. Outra novidade desse satélite é a cobertura quase global com feixes posicionados ao longo dos principais corredores aéreos continentais ligando América do Norte e América do Sul e os dois continentes à Europa. A SES vê uma tendência crescente de uso de satélites para a comunicação em aviões e planejou o futuro SES 14  especialmente para isso. O satélite será lançado em 2017 e será o primeiro de uma geração de satélites de nova geração com propulsão elétrica, mais leves e que, portanto, podem ser lançados com um custo muito menor, através do foguete SpaceX.

Para a segunda posição orbital adquirida da Anatel, 64ºW, a SES ainda está projendo e planejando o novo satélite, mas deve seguir o mesmo conceito, sobretudo para serviços de vídeo, pensando no princípio do local-into-local, ou seja, múltiplos spots para banda Ku desenhados para dar às operadoras de DTH a possibilidade de uma cobertura local, carregando os sinais de geradoras locais de TV especificamente para uma determinada região, sem que isso implique comprometer frequências para outras regiões. Esse segundo satélite brasileiro precisa entrar no ar até 2020.

OTT

Segundo Markus Payer, VP global de comunicação da SES, a companhia está se preparando para um novo ciclo de serviços satelitais, com uma combinação de satélites de órbita geoestacionária de alta capacidade, satélites de órbita média e satélites de órbita baixa. A SES tem hoje 54 satélites geoestacionários, é acionista da O3b (operadora se satélites de órbita média) e a tecnologia baseada em satélites de órbita baixa está no radar.

Paralelamente, a SES trabalha junto à 5G alliance para otimizar o uso de redes baseadas em satélite para as necessidades das operadoras móveis, e também está desenvolvendo novas plataformas e serviços de vídeo para atender tanto às necessidades de vídeo em ultra alta-definição quanto para o crescente mercado de vídeo online e sewrviços over-the-top.
Outro mercado que a operadora vê grande potencial de desenvolvimento é o de comunicações com mobilidade, como aviões e navios, e a nova geração de satélites que a empresa está planejando já contempla uma distribuição dos beams para esse tipo de uso.

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