Telefónica considera investidor para expansão de fibra no Brasil

Além de parcerias com players de infraestrutura ou provedores regionais de Internet (ISPs) via franquias, a expansão da rede de fibra ótica da Vivo também pode envolver investidores financeiros. A informação foi revelada nesta quinta-feira, 20, por executivos da Telefónica, matriz da operadora brasileira, durante coletiva de imprensa para apresentação de resultados do grupo em 2019.

"No Brasil, estamos encorajando o lançamento de um fundo para criar infraestrutura de fibra complementar a que estamos lançando", mencionou na ocasião o presidente da Telefónica, José María Álvarez-Palette. Vice-presidente de operações do grupo, Ángel Vilá complementou que a intenção é a expansão da malha em cidades de médio porte.

"Temos oportunidade espetacular no mundo da fibra, até pelas dificuldades históricas de alguns dos nossos competidores, que deixaram de investir nos últimos anos […] Há um número muito grande de cidades médias, com cerca de meio milhão de habitantes, onde não conseguimos cobrir com nosso capex. Estamos buscando modelos de parceria nos quais nos associamos com investidores financeiros para poder cobrir essas cidades com fibra", afirmou Vilá.

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"A Vivo teria acesso prioritário por um período e depois, [o ativo] ficaria aberto para todo mercado", prosseguiu o executivo. Segundo o VP de operações, não é apenas a incorporação de sócios financeiros que interessa, mas também o envolvimento da Telefónica Infra, nova empresa de gestão de infraestrutura criada na esteira da reestruturação empreendida atualmente pelo grupo.

Vale notar que além de lançar fibra em praças "prioritárias" com capex próprio, a operadora brasileira também está atuando em modelo de franquia para municípios pequenos ao lado de ISPs. Já um acordo com a American Tower está levando infraestrutura para cerca de 40 cidades de Minas Gerais, com a gestora sendo responsável pelo deployment. Como pontuado pela Vivo nesta quarta-feira, 19, a aquisição de ISPs também está no radar da empresa.

Novidades sobre uma eventual transação envolvendo ativos da Oi, por sua vez, não foram abordadas pelos executivos presentes na coletiva realizada na Espanha. Em outras ocasiões, o grupo já demonstrou que acompanha o processo de perto.

Reestruturação

No caso da reestruturação de negócios promovida pela Telefónica, a afirmação da diretora financeira, Laura Abasolo, é que o grupo "tem recebido muitas amostras de interesse" pelos ativos da América Latina que foram colocados à venda em novembro último (englobando as operações em todo o continente, exceto no Brasil). Segundo Abasolo, a empresa espera ter novidades nos próximos meses.

Com o plano, a gigante espanhola pretende seguir apenas nos mercados principais para o grupo, ou Espanha, Brasil, Reino Unido e Alemanha. Durante a conferência desta quinta-feira, José María Álvarez-Palette destacou que a operação dos quatro países teve crescimento orgânico simultâneo pela primeira vez em 13 anos.

Entre as demais mudanças empreendidas estão a criação das empresas Telefónica Tech e Telefónica Infra. No caso desta, o principal ativo é a Telxius, gestora do grupo que fortaleceu a incorporação de torres perante filiais, inclusive no Brasil, onde 1,9 mil estruturas foram recentemente absorvidas. Com mais de 20 mil torres sob gestão, a Telxius registrou crescimento de faturamento 6,8% em 2019, ou 864 milhões de euros.

Já a Telefónica Tech reunirá as áreas de IoT/big data, cibersegurança e cloud da empresa. Até 2022, a perspectiva do grupo é que mais de 2 bilhões em receitas adicionais sejam criados pela vertical.

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