O diretor da Campus Party dos Estados Unidos e editor da revista norte-americana Wired no Reino Unido, Ben Hammersley, um dos principais convidados da Campus Party São Paulo, resolveu mandar um duro recado às teles em uma das mesas redondas promovidas pela Telefônica no evento nesta quinta-feira, 20. Diante do diretor da Telefônica Empresas, Vladmir Barbieri, e de Leila Lória, diretora de Relações Institucionais e Desenvolvimento de Negócios, o especialista advertiu: "O Skype está matando vocês", se referindo à Telefônica e a todas as outras operadoras de telecom.
Recente estudo, divulgado pela TeleGeography e publicado no início deste ano, apontou que a utilização do Skype continua crescendo e está paulatinamente substituindo as ligações internacionais. Segundo a pesquisa, o tráfego do Skype deve sair dos 102,5 bilhões de minutos de 2010 para mais do que o dobro do volume de todas as operadoras do mundo unidas em 2011. Em 2009, o Skype ultrapassou pela primeira vez o número de ligações de longa distância. Atualmente, uma em cada cinco chamadas de voz são realizadas via Skype. Em 2010, o tráfego de ligações locais cresceu 4%, para um total de 413 bilhões de minutos, inferior ao crescimento de 5% de 2009 e à média de 15% anuais das décadas anteriores.
Pequenas e eficientes
Barbieri, da Telefônica Empresas, discorda. Ele diz que não é tão simples assim investir em processos inovadores em grandes companhias, e defende o caminho das parcerias com as empresas pontocom.
Abaixo o marketing
Hammersley aproveitou a ocasião para fazer outra pesada crítica às operadoras: "O marketing morreu. As empresas, principalmente as de telecom, gastam milhões para tentar fazer algo ruim aparentar ser bom. Não adianta mais, é melhor gastar essa verba com inovação, pois as pessoas vão pesquisar no Google e descobrir a verdade sobre um determinado serviço", diz. "A única forma de ter boa reputação hoje em dia é oferecendo bons produtos e boa relação com o cliente", adverte.
Leila Lória considera o discurso de Hammersley um pouco radical. "O marketing não morreu, o que acontece é que estamos vivendo um novo marketing, não é mais aquele que envolve cifras milionárias para compra de espaços publicitários na televisão, mas sim em traduzir um maior relacionamento com os assinantes", opina.