A primeira constelação de satélites de baixa órbita da Starlink dedicada à comunicação direta com smartphones (direct to cell) foi recentemente finalizada e a operadora One NZ já lançou o serviço para os clientes na Nova Zelândia. É a primeira vez que uma operadora no mundo passa a ofertar o serviço de conectividade a nível nacional usando a infraestrutura dos satélites da empresa de Elon Musk.
Na Nova Zelândia, o serviço foi apelidado de Satellite TXT e está disponível, inicialmente, para usuários que tenham smartphones Android compatíveis e assinaturas selecionadas da operadora. Apesar da exigência de dispositivos móveis específicos, tratam-se de aparelhos convencionais: nesse caso, das marcas Samsung e Oppo. Ou seja, não contam com hardware dedicado para a tecnologia – sendo necessário apenas que estejam em uma área com visão clara para o céu.
Ao menos por enquanto, a conectividade direta entre satélites da Starlink e celulares não serve para ver vídeos no YouTube ou fazer download de arquivos, por exemplo. A ideia é que o serviço seja utilizado para mensagens de texto em áreas onde a rede móvel tradicional não está disponível.
Até mesmo porque a velocidade de envio dessas mensagens também não impressiona aqueles que vivem nas áreas urbanas. O teste inicial conduzido no país indica que, durante a implementação inicial, esse tempo deve ser de 3 minutos – podendo chegar a 10 minutos ou mais. À medida que o serviço amadurece, com novos satélites em órbita, a expectativa é de que esse tempo caia para menos de 1 minuto.
Ainda assim, o diretor comercial da operadora neozelandesa, Joe Goddard, vê com otimismo o potencial da comunicação via satélite em celulares em um futuro próximo. Os clientes poderão, em breve, receber chamadas de voz e dados – segundo o executivo.
Além de mandar mensagens para amigos e familiares em áreas remotas do país, Goddard disse que "em breve isso abrirá novas oportunidades em IoT [Internet das Coisas] para setores como agricultura, turismo, logística e muitos outros que impulsionam nossa economia aqui na Nova Zelândia".
"A lista de telefones elegíveis começará com quatro aparelhos no lançamento e se expandirá em breve, à medida que continuamos nossos testes extensivos. Nossas equipes continuam testando o serviço em telefones adicionais, e esperamos que centenas de milhares de clientes consigam usar o One NZ Satellite TXT até o final de 2025", disse o diretor.
Estado Unidos
Parceira da Starlink nos Estados Unidos, a T-Mobile também já se apressa para lançar o serviço por lá. Na segunda-feira, 16, logo após aprovação da FCC (órgão americano semelhante à Anatel), a operadora abriu inscrições para um programa beta envolvendo um serviço de satélite direto para celular.
De acordo com a T-Mobile, o serviço vai cobrir uma área equivalente a 804 mil quilômetros quadrados nos Estados Unidos, ajudando a eliminar zonas cinzas de cobertura. Todos os clientes da operadora, incluindo empresas e socorristas, podem se registrar para ter acesso ao lançamento beta.
"É um avanço de engenharia realmente inovador. Significa que estamos um passo mais perto de ajudar os clientes da T-Mobile a terem confiança de que, não importa onde estejam, se puderem ver o céu, serão cobertos pela T-Mobile", disse o presidente de marketing da operadora, Mike Katz.
Mesmo com as inscrições abertas, o beta só vai funcionar no "início de 2025", segundo a companhia. Assim como no exemplo da operadora da Nova Zelândia, a T-Mobile está selecionando (a partir de testes) quais modelos de celular poderão receber o serviço. Mas à medida que novos satélites forem enviados ao espaço, a expectativa é de que haja compatibilidade "com a maioria dos celulares modernos".
No site da operadora, há o aviso de que a oferta é dedicada ao envio de mensagens e que o uso de dados e chamadas de voz será incluído conforme a constelação vá ganhando novos satélites.