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Rumores e "moderação" da Nextel marcam segundo dia

A maior surpresa do tão aguardado leilão das freqüências de terceira geração acabou não sendo o apetite das operadoras em expandir suas operações. O que intrigou os presentes foi, na verdade, a drástica mudança de estratégia das empresas entre o primeiro e o segundo dia da concorrência. Enquanto a abertura do leilão foi marcada por ágios fortemente acima do previsto pela Anatel, o segundo frustrou todas as expectativas, com disputas bem menos agressivas em comparação com o dia anterior.
A logística de funcionamento do leilão ? pelo qual as as empresas têm 15 minutos para fazer cada lance ? deixou os participantes por várias horas ociosos, estimulando a geração de diversos boatos sobre o que teria levado as empresas a um desempenho tão pífio perto do que foi a abertura da concorrência. Nos bastidores, o comentário era de que as empresas teriam se reunido na noite de terça-feira, 18, para combinar a estratégia para o dia seguinte. Para além das brincadeiras e ironias feitas sob o mesmo mote, fontes garantem que o encontro realmente ocorreu, o que explicaria a disputa bem mais leve pelos lotes vendidos nesta quarta-feira, 19.
Um detalhe que frustra a tese do "acordão", contudo, é a mudança de humor da própria Nextel, que não teria participado do encontro, e que foi a responsável pela forte elevação do ágio nos lotes da área I (Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe) e no primeiro pacote de freqüências da área II (Centro-Oeste, Sul, Tocantins, Acre e Rondônia). A operadora de trunking foi bem mais modesta nas disputas desta quarta-feira. Prova disso é a diferença visível entre o ágio para o primeiro lote da área II (vendido no primeiro dia com alta de 132,2% para a Vivo) e as demais faixas da mesma área arrematadas no segundo dia, onde a melhor oferta superou o preço mínimo em 68,06% (TIM).

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Moderador de apetite

Entre os advogados, a piada era de que a Nextel havia tomado um ?moderador de apetite?, mas o fato é que não houve uma explicação oficial da companhia sobre a mudança repentina de postura. O presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Sardenberg, admitiu no início da noite desta quarta que o leilão teve duas fases distintas entre a abertura e o dia de hoje. Mas, para ele, a troca de estratégia foi espontânea de cada empresa.
?Eu penso que as empresas são entes inteligentes, que aprendem as lições em um dia e aplicam no outro?, afirmou o embaixador. ?Não vejo sintomas de combinação, de conluio. Não vejo motivos para uma investigação, mas se mudar minha opinião, como presidente da Anatel, tenho a obrigação de tomar providências?, declarou mais tarde.
Teorias à parte, é fato que a participação da Nextel não só foi surpreendente desde o início, como acabou sendo a grande alavanca de todo o leilão. Em princípio, a surgimento da operadora como uma concorrente arraigada em praticamente todos os lotes ? apenas na disputa pelo Triângulo Mineiro, a Nextel não foi a última a abandonar o repique ? tem origem, pelo menos parcial, no universo das próprias SMPs.

Nova chance

As operadoras de telefonia móvel há tempos têm argumentado com a Anatel contra uma ampliação das faixas para o trunking, alegando que a Nextel tem concorrido com a telefonia celular. De fato, a agência não pretende mais ampliar o espectro para este serviço, deixando como única escolha para a expansão das trunkings a busca por faixas do SMP.
Outra motivação para a Nextel é o fato de ainda existir mais um bloco designado para a 3G à espera de interessados. Com a postura forte nas primeiras rodadas do leilão, a empresa mostrou à Anatel que está realmente disposta a comprar a quinta faixa da terceira geração, que deve ser colocada à venda ainda no primeiro semestre de 2008, segundo declarações feitas hoje por Sardenberg.
Ainda não se sabe se o preço pela licença seguirá o mesmo padrão do último edital, nem mesmo se existirão as mesmas obrigações de abrangência. Com as vendas realizadas nesta semana, a tendência é que a Nextel acabe se beneficiando com a falta de concorrência pelo bloco H e gaste muito menos do que obrigou suas concorrentes a desembolsar nos últimos dias.

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