O pesado ágio pago pelas operadoras celulares Vivo, Oi, TIM e Claro principalmente no primeiro dia de leilão, e as obrigações de cobertura impostas pela Anatel fez os bancos de investimento passarem para neutro ou negativa a recomendação de compra das ações dessas empresas. Ontem os papéis da Vivo, Oi e TIM na Bovespa ficaram entre as maiores altas (entre 6% e 9%). Hoje, no entanto, os papéis caíram em média 3,5%, ficando entre as maiores baixas a Vivo PN, TIM Part e Telemar PNA.
O impacto do investimento na compra das licenças sobre o caixa das empresas não se fará sentir tão já. Os ganhadores vão desembolsar 10% do valor no ato da compra, sendo o restante parcelado em seis vezes, com três anos de carência. Os investimentos na infra-estrutura, porém, começam em 2008, o que pode impactar o Capex das empresas. A Ativa Corretora avalia que apesar de existir um potencial interessante de receitas adicionais geradas pela alta velocidade de transmissão de dados permitida pela rede 3G, ?os efeitos e o retorno deste investimento serão percebidos somente em um prazo muito longo?.
Para Alex Pardellas, do Banif Primus, o leilão é, de uma forma geral, negativo para as empresas. ?É um serviço que vai atrair usuários de poder aquisitivo maior, mas aqueles da atual base 2G, sem novos assinantes, podendo gerar ociosidade na rede antiga?, diz o analista. Ele também opina que o Arpu (receita média por usuário) não deve crescer. ?A competição acirrada entre as empresas terá impacto nas tarifas para baixo?, afirma. Segundo ele, o Estado de São Paulo, por exemplo, não tem PIB para suportar a concorrência de quatro operadoras. ?Apostamos em uma consolidação a médio prazo, o que trará novamente a valorização dos papéis?, completa Pardellas.