Durante debate realizado esta semana na conferência de mídia e telecomunicações do Deutsche Bank, Bruce Churchill, presidente da DirecTV Latin America (controladora da Sky no Brasil) disse que a estimativa da empresa é de que o mercado de TV por assinatura dobre de penetração nos próximos cinco anos. Segundo Churchill, a DirecTV Latin America trabalha para manter o market share em todos os mercados em que atua, o que inclui o Brasil, onde hoje tem cerca de 25% de participação no setor de TV paga.
Churchill destacou que o Brasil enfrenta um processo importante de crescimento da classe média, e que a estratégia da empresa tem sido a de ajustar seu empacotamento a esse segmento de mercado. Ele destaca o sucesso do pacote de entrada da Sky, que segundo ele tem margens até melhores do que os pacotes mais caros em função dos menores custos de programação.
Competição over-the-top
Teles não ameaçam
O executivo da DirecTV Latin America diz que não acredita que o avanço das teles no mercado de TV paga causará grandes mudanças no cenário competitivo. Segundo Churchill, a Embratel está fazendo "um bom trabalho", a Net Serviços está crescendo baseada em um usuário de menor poder aquisitivo e a Telefônica "pagou mais de US$ 500 milhões por uma operação de TV paga e não está fazendo nada". "Não acho que vamos perder espaço para esses caras", disse.
Globo fora
Ao ser questionado sobre o interesse da Globo de vender sua participação na Sky, Bruce Churchill concordou com a premissa colocada pelo moderador de que há um aparente paradoxo, já que o grupo da família Marinho estaria querendo vender sua parte na operadora alegando um cenário de futura competição intensa com as teles mas ao mesmo tempo estaria cobrando um preço alto por isso. Vale lembrar que a Globo tem, contratualmente, o direito de vender sua parte na Sky e anunciou a intenção de fazê-lo, operação que deve ser concluída até o final do ano. Ela passará de uma participação de cerca de 24% para algo em torno de 5%.
Churchill destacou que a Globo tem hoje contratualmente o direito básico de ser o principal fornecedor de conteúdo brasileiro para a Sky, e que isso permanecerá.