No último dia 4 de outubro, TELETIME News enviou as seguintes perguntas à assessoria de imprensa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM):
?Considerando reportagens dos jornais O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e Gazeta Mercantil desta quarta, 4, com informações sobre a condenação de Daniel Dantas no Privy Council, a mais alta corte dos países ligados à Justiça Britânica (da qual Cayman faz parte), pela qual ficou comprovado, em caráter inapelável, que Daniel Dantas e sua irmã Verônica Dantas fraudaram, como administradores do fundo, documentos de correntistas do Opportunity Fund, forjando fichas de registro no fundo e alterando valor de cotas; considerando que o Opportunity Fund é um fundo registrado na CVM e que participa de controle de companhias abertas no Brasil fiscalizadas pela CVM; considerando que o Opportunity Fund já foi condenado por esta mesma CVM; e considerando, por fim, que os executivos do grupo Opportunity que foram condenados por fraude em Cayman e pela Justiça Britânica desempenham papéis de administração e gestão de fundos e companhias abertas também no Brasil; perguntamos:
1) A CVM pode e pretende, voluntariamente, se informar junto às autoridades internacionais, especialmente junto a Cayman Island Monetary Authority, sobre a condenação do Opportunity Fund e seus administradores?
3) O fato de o Opportunity Fund já ter uma condenação junto à CVM tem alguma implicação no caso de uma segunda investigação sobre o mesmo fundo??
Após mais de duas semanas, a CVM ainda não respondeu a esses questionamentos, culpando a agenda demasiadamente ocupada de seu presidente, Marcelo Trindade. Na última terça-feira, 17, TELETIME NEWS enviou à autarquia uma quarta pergunta sobre o tema, que também ainda não foi respondida:
4) O fato de os administradores do Opportunity Fund estarem sob investigação e terem sido recentemente condenados pela justiça britânica não pesou contra o pedido de abertura de capital da Santos Brasil? Por quê?
BrT e Parcom
Vale lembrar que até o momento a CVM ainda não concluiu as investigações de duas representações abertas pela nova administração da Brasil Telecom contra seus antigos gestores, indicados pelo banco de Daniel Dantas. A BrT visa obter o ressarcimento pela assinatura de contratos considerados lesivos à companhia durante a gestão do Opportunity.
Tampouco há notícias sobre a apuração que a CVM prometeu fazer de uma denúncia publicada por TELETIME News em abril deste ano. A notícia mostrava que o Opportunity teria se aproveitado de informações privilegiadas no período à frente da BrT para agora processar a concessionária através de uma empresa chamada Parcom, dona de ações garimpadas do Sistema Telebrás. A Parcom pertence ao Opportunity.