Embratel poderá aumentar capital e reduzir dívida

A Embratel poderá realizar um aumento de capital para reduzir seu nível de endividamento e pagar um débito de US$ 600 milhões até o final do ano (a dívida total até setembro era de R$ 3,6 bilhões). A intenção ficou implícita durante uma teleconferência da direção da empresa com analistas do mercado financeiro nesta terça, 19. A iniciativa foi recebida com receio por analistas que participaram da teleconferência, ouvidos por este noticiário. ?É um temor, porque ninguém quer por mais nenhum centavo na empresa?, explicou um analista. Se o valor do aumento de capital for alto, ninguém participará; se for baixo, o mercado pode aderir, mas a diluição será muito grande, e os investidores irão forçados, diz ele. O fato de a intenção não ter sido declarada abertamente também foi visto de forma negativa, porque se a diretoria tivesse dito que não aumentaria o capital nos próximos dois anos, por exemplo, o mercado ficaria tranqüilo, mas deixar a questão no ar foi pior.
O prejuízo da holding, anunciado no balanço do terceiro trimestre liberado na noite de segunda-feira, 18, informa prejuízo de R$ 66,6 milhões (R$ 126 milhões acumulados no ano), com provisões de R$ 107 milhões. O quarto trimestre deverá anunciar mais provisões como parte da revisão de gastos que a Telmex fez na empresa. Entretanto, os valores não foram informados.

Reposicionamento

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Em relação à receita, o diretor geral da Embratel, José Formoso, disse que o objetivo é aumentar o valor por meio da venda de serviço local aos clientes corporativos e também aos residenciais, através da Vésper, que conta atualmente com 600 mil clientes. Embora este seja o maior desafio da empresa, não houve detalhamento. Os outros desafios, ou prioridades, são: melhorar os processos (cobrança, faturamento, revenue sharing); revisar os contratos de prestação de serviços; acompanhar todo o trajeto de pedidos de clientes, desde sua entrada na operadora; e definir o posicionamento financeiro.
O presidente da Embratel, Carlos Henrique Moreira, disse que entre as metas está o reposicionamento da operadora no mercado, a recuperação do market share, a melhoria do foco no cliente e a modernização da planta telefônica. Quando à fusão da Embratel com a Telmex (ex-AT&T), não houve sinalização de que ocorrerá em curto prazo.

Críticas à nova diretoria

Alguns analistas estão insatisfeitos com o posicionamento da nova diretoria da Embratel em relação ao mercado. Argumentam que há um grande afastamento desde que assumiram e que negam, reiteradamente, os pedidos de reunião. "Eles têm de aprender o que é ser marketing friendly, o que é lidar com o mercado financeiro", desafiam. Quanto à teleconferência, apesar de considerarem que foi objetiva, disseram que os executivos pareciam não entender muito bem o negócio da empresa. Isto porque deixaram perguntas sem resposta por não tê-las compreendido.

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