No Atlético-MG, Wi-Fi na Arena MRV mira alta de engajamento no app

A Arena MRV, do Atlético Mineiro - Foto: Pedro Souza / Atlético

O Atlético Mineiro aposta na tecnologia de Wi-Fi na Arena MRV para aumentar o engajamento junto aos torcedores e elevar as receitas no SuperApp do clube. O projeto foi implementado pela SAF da agremiação, a Cisco e a Nexa Tecnologia. 

Novo estádio do Galo, a Arena MRV foi inaugurada em abril do ano passado e possui capacidade para comportar até 46 mil torcedores – em eventos como shows, o espaço chega a receber até 60 mil pessoas. 

"As pessoas querem um lugar seguro para estar com a família, querem ser reconhecidas. E também desejam estar em um ambiente com conectividade", afirma o chief technology officer (CIO) da Arena MRV, Leandro Evangelista. Aliás, a conectividade é a segunda maior demanda, perdendo apenas para a segurança, indica o executivo.

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Para tal, são empregados no estádio 785 pontos de Wi-Fi, visando o acompanhamento das partidas mesmo quando o torcedor ainda não chegou a sua cadeira e interações nas redes sociais. Essa infraestrutura equipada pela Cisco utiliza o Wi-Fi 6, tem mais de 530 pontos de acesso (access points) e 245 antenas espalhadas, incluindo a área externa, nas proximidades do estádio.

Em pouco mais de um ano e meio desde a abertura do estádio, o movimento tem demonstrado resultado. Em testes realizados no dia 12 de setembro, em uma partida da Copa do Brasil contra o São Paulo, 28.632 dos cerca de 42.000 visitantes estavam conectados no Wi-Fi. Dos 28.632 conectados, 58% já havia utilizado o serviço antes, ao passo que 42% correspondia a novos acessos. 

Além disso, outro ponto relevante é que a média de conexão na Arena do Galo é de 50% nos jogos, bem superior à média de eventos esportivos no mundo, onde esse patamar gira em torno 25% a 30%.

Personalização

O projeto, em parceria com a Nexa, utilizou a Cisco Spaces, plataforma em nuvem que ajuda o clube a compreender melhor o comportamento dos usuários (visitantes e funcionários) e dispositivos (sensores e ativos) por meio de dados gerados durante a navegação no Wi-Fi.

Na prática, a tecnologia é crucial para saber quem está na Arena, a frequência com que ele visita o ambiente e o quanto esse usuário utiliza a rede de conexão do estádio. O resultado é a entrega de uma experiência mais personalizada.

A exigência de velocidade foi definida em 35 Mbps para downloads e uploads, mas isso varia conforme a posição do torcedor no local, da antena em que ele está conectado e se o acesso é pelo 2,4 GHz ou pelo 5 GHz. O mínimo para uma boa experiência, segundo o CIO, seria velocidade de 5 Mbps a 6 Mbps por acesso. 

São poucos estádios do mundo com alta densidade de Wi-Fi como o da Arena MRV, com antenas de rede programadas via software, afirmam os executivos. Entre eles, está o Santiago Bernabéu (do Real Madrid), o SoFi Stadium e o Allegiant Stadium, nos Estados Unidos. Por isso, a iniciativa é considerada um case global para a Cisco.

Para desenhar a estratégia, os executivos do Atlético trocaram informações com diversas empresas e equipes globais. A Disney, o Golden State Warriors, da NBA, o San Francisco 49ers, equipe da NHL, além de times de futebol como Tottenham Hotspur (Inglaterra),  Juventus (Itália) e Barcelona (Espanha) estão entre eles.

App

Com o objetivo de incluir desde pessoas mais analógicas até os integrantes da Geração Z, o aplicativo do Atlético foi criado com base em 176 entrevistas com os fãs da agremiação, dos quais 42 itens foram priorizados.

Além da própria conectividade, é possível ofertar produtos e serviços, como camisas, alimentos e bebidas, identificar qual a localização do cliente e avisá-lo sobre as vagas ainda disponíveis no estacionamento, por exemplo.

"Então, de fato essa conectividade traz uma experiência diferente para o torcedor", diz Wellington Assis, expert de wireless da Cisco na América Latina. A cada partida realizada na Arena MRV, são contabilizadas mais de 3 mil pessoas no app. Hoje, já foram realizados 263 mil downloads, dos quais 150 mil são cadastros ativos. Dessa parcela, 84% das pessoas acessam o local utilizando um código de barras, deixando de lado os ingressos físicos. 

Próximos passos

No futuro, a ideia é permitir que os torcedores possam se conectar ao Wi-Fi da Arena com o simples cadastro no aplicativo, sem a inserção da senha de rede, além da realização de parcerias com empresas para a monetização da rede e negociar a venda dos naming rights do próprio Wi-Fi

Atualmente, a conectividade também é importante para os 42 totens de 600 adquirentes que circulam durante as partidas e fazem as transações nas vendas dos produtos. No entanto, a conversão das vendas no app ainda é considerada baixa, algo atrelado ao comportamento cultural do torcedor brasileiro. 

Assim, o CIO da Arena diz que os esforços serão voltados para o engajamento na plataforma. "Já tem muita gente conectando no Wi-Fi, mas tem muita gente que não sabe que tem. O desafio agora é realmente divulgar para que as pessoas comprem alimentos e bebidas de maneira antecipada. E a gente faz o corpo a corpo, explicando que não faz sentido ficar em uma fila longa", diz Evangelista. 

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