GSMA quer 190 MHz para SMP na faixa de 2,6 GHz

A GSM Association (GSMA), que reúne os operadores de telefonia celular com tecnologia GSM, propõe que 190 MHz existentes na faixa de 2,6 GHz que hoje são utilizados por operadoras de MMDS sejam destinados ao serviço móvel pessoal (SMP). Isso é mais que o dobro do que a Anatel disse planejar alocar para esse fim nessa faixa. O vice-presidente de políticas públicas da entidade, Ricardo Tavares, se encontrou na semana passada com o ministro das comunicações, Hélio Costa, e com o presidente da Analtel, Ronaldo Sardemberg, para apresentar a idéia. Nesta terça-feira, 19, ele expôs em público a idéia durante a conferência anual da GSMA para América Latina, realizada no Rio de Janeiro.
A GSMA defende que o Brasil adote a seguinte divisão para a faixa de 2,6 GHz: um bloco para tecnologias TDD (Time Division Duplex) no centro com 50 MHz e dois blocos de 70 MHz cada nas pontas para tecnologias FDD (Frequency Division Duplex) – um para downlink e outro para uplink. É importante que os blocos de uplink e downlink sejam separados para que não haja interferência na transmissão. Essa divisão, segundo Tavares, é tecnologicamente neutra, porque permite tanto a implementação de redes WiMax quanto LTE (Long Term Evolution). O WiMax é uma tecnologia TDD, enquanto o LTE é FDD. A Suécia fez um leilão recentemente adotando essa divisão para a faixa de 2,6 GHz e vários outros países europeus seguirão esse mesmo caminho.
"A faixa de 2,6 GHz é a única chance para o LTE entrar no Brasil nos próximos três anos", explica o executivo. Ele se refere ao fato de que várias licenças de operadoras de MMDS expiram em 2009. A Anatel tem até meados de fevereiro para decidir o que fazer com essas licenças, mas os operadores destas faixas argumentam que, por estarem em operação regular, a renovação tem que acontecer. A GSMA acredita que sua proposta pode interessar às próprias operadoras de MMDS, já que muitas querem prover WiMax com mobilidade nessa faixa, mas precisam que a Anatel altere a destinação do espectro para SMP. No entanto, a GSMA desconsidera o fato de que a faixa de MMDS não se presta apenas ao WiMax, mas também ao serviço de TV por assinatura.

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Outra opção para a telefonia celular seria a faixa de 700 MHz, hoje usada para TV terrestre. Mas a migração para TV digital só será concluída em 2016 e a pressão dos radiodifusores contra o compartilhamento deste espectro é muito mais aguerrida.
Os 190 MHz desejados pela GSMA são apenas uma fatia pequena da quantidade de espectro que a telefonia móvel precisará no Brasil nos próximos doze anos. Segundo estimativas da GSMA, o Brasil, assim como vários outros países, tem hoje cerca de 400 MHz alocados para serviços móveis. Com o crescimento da base, em 2020 será preciso ter três vezes mais espectro para dar conta da demanda, avalia a entidade. O mesmo raciocínio se aplica a operadores de MMDS.
A Anatel já começa a estudar a alocação de espectro para SMP para os próximos dez anos. Mas especificamente sobre a faixa de 2,6 GHz a agência pretende destinar apenas 80 MHz para telefonia móvel, o que é considerado pouco para a GSMA. "Em LTE, cada operadora precisa de pelo menos 40 MHz", afirma o vice-presidente da associação.

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