Necessidade de CDNs vai além do debate da neutralidade

Um dos pontos mais importantes no debate da neutralidade de rede é o respeito à arquitetura da Internet atual, mas, sem as redes de distribuição de conteúdo (CDN), a Web não funcionaria da mesma forma. Essa é a opinião do sócio da empresa de desempenho de rede Exceda, Cláudio Baumann. "Do ponto de vista de serviços, não afeta a proposta de valor; nossos serviços propõem resolver problemas de Internet", afirma. A companhia também é representante da Akamai, maior fornecedora de CDNs do mundo, no Brasil e em outros países da América Latina.

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Ele explica que esse tipo de solução não fere o conceito de neutralidade de rede – pelo contrário, permite um melhor funcionamento. "Na transmissão ao vivo de um jogo (em streaming), isso (um grande volume de tráfego) pode matar o backbone da operadora quando é muito concentrado, é um problema", diz. Para resolver isso, servidores armazenando conteúdo mais próximo do usuário, diminuindo a quantidade de dados utilizando a rede principal da tele. "O mérito de usar CDN é justamente porque você alivia os backbones de cargas adicionais, e você dá ao usuário uma qualidade maior".

Baumann lembra que a Internet precisa das CDNs não apenas para conteúdo over-the-top, mas para outras aplicações, como e-commerce. Ele explica que não se trata exatamente de conteúdo, mas que a arquitetura é semelhante: a de permitir entregar uma qualidade de serviço ao usuário enquanto se desafoga a rede principal do provedor (ISP). "A CDN já está incorporada, sem ela muitos serviços ficariam inviáveis", declara. Na visão dele, independente do rumo que a regulamentação das exceções de neutralidade do Marco Civil da Internet tome, a solução será imprescindível para mitigar problemas.

Olimpíadas

Um exemplo citado foi o pico de tráfego registrado na rede durante a Copa do Brasil no ano passado, com quatro vezes mais tráfego do que a edição da África do Sul em 2010. Ele lembra também das Olimpíadas de Londres, em 2012. Como os jogos olímpicos aconteciam durante horário comercial, muitos brasileiros recorreram ao streaming para acompanhar as provas e partidas, elevando o fluxo para uma banda média de 1,6 Mbps, o que Baumann afirma ser "altíssimo, especialmente para o meio da tarde".

Por isso mesmo, a tendência é que a próxima edição dos Jogos Olímpicos, que ocorrerão no Rio de Janeiro em 2016, deverá ter um tráfego muito maior. "O elemento surpresa é quanto irá crescer em relação à última (edição), não temos a menor ideia, é imprevisível", diz o executivo da Exceda. A companhia deverá montar um time para lidar com o planejamento do modelo operacional, falando com clientes.

Sem erro

Será um esquema de blitz semelhante ao adotado durante a Black Friday para o e-commerce, segundo ele. "Tem momentos de tensão no início (da data): vemos se há problemas duas horas antes, e às vezes você duvida se (o volume de acessos) não é um ataque de negação de serviço (DDoS, que provoca enxurrada de requisições para forçar um site a sair do ar)."

Para esse tipo de plataforma, a Exceda trabalha com solução que permite, por exemplo, uma espécie de fila para o cliente que tenta finalizar uma compra, mas não consegue avançar por conta do excesso de acessos no site da loja. "Em vez de entregar uma página de erro, você prioriza o cliente. Jamais o deixará em uma página indisponível", declara.

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