Separar SCM de STFC "é loucura", diz presidente da Alcatel-Lucent

Separar o Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) do Serviço de Telefonia Fixa Comutada (STFC) "é uma loucura", avalia o presidente da Alcatel-Lucent, Jonio Foigel. Para o executivo, o Brasil teve a oportunidade de fazer unbundling há vários anos, mas deixou passar. Agora, passou o timing. Em sua opinião, não tem qualquer sentido separar voz e dados quando o mercado caminha para a convergência tecnológica, com a voz cada vez mais sobre o protocolo IP, queda contínua de receita e as empresas oferecendo soluções de vídeo.
Hoje, as empresas de telefonia fixa estão brigando com as de cabo, que oferecem também serviços de internet. A Embratel tem sua solução de TV com a Net; a Telefônica com a TVA, e vão oferecer solução por cobre, seja pela rede de cabos coaxiais ou ópticos que vem com a TV a cabo. "No mercado americano a briga é com a TV a cabo. Nós já temos esta briga", diz o executivo. Ele lembra que voz fixa está gradativamente perdendo seu espaço, enquanto o serviço móvel ganha cada vez mais espaço com voz. Além disto, a VoIP passa a ser o elemento complementar ao pacote de acesso a internet.
O executivo questiona o quê os reguladores esperam com essa proposta de separação dos serviços. "Aparecerão outros players neste mercado para fazer acesso em banda larga fixa? É um jogo político complexo", ponderou.

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Para Foigel, é preciso trabalhar um pouco mais e não tentar represar a tecnologia. "Isto pode inviabilizar uma operação Oi-Brasil Telecom. E o pior é que afeta a Telefônica também", opina ele, ao sugerir que a solução é incentivar a convergência tecnológica, as empresas a oferecerem novos serviços e, com isto, criar competição entre elas. "Isto barateará naturalmente os serviços que a gente quer para a população".

Contrato assegurado

A Alcatel-Lucent firmou contrato com a Brasil Telecom em fevereiro último para fazer manutenção em toda a rede da operadora. Apesar de a Oi contar com seus próprios fornecedores, Foigel não teme que a fusão prejudique o novo contrato. Como recentemente sua empresa também passou por um processo de consolidação, o executivo sabe que ainda há um longo caminho que as duas teles terão que percorrer dentro das regras de fusões até que recebam todas as autorizações. Neste caso, a sobreposição de contratos se torna uma questão secundária. "Eu, no lugar da Oi, teria tanta coisa para fazer, todo um plano estratégico, a incorporação de operações", diz o executivo.
Naturalmente a compra estará unificada num determinado momento. Aí, os fornecedores passarão a vender para uma só empresa, não importa para qual região. Mas, Foigel não vê preocupação em curto prazo: "A Oi tem que fazer seu deployment de 2G e 3G em São Paulo, o que já é uma preocupação enorme".

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